Ao todos estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça em cinco cidades: a capital Rio de Janeiro, Arraial do Cabo, Búzios, Saquarema e São José de Ubá.
De acordo com as investigações, no esquema montado os contratos eram feitos por meio de acordos verbais, sem qualquer tipo de papel ou comprovante. Segundo a polícia, as empresas investigadas, que pertencem aos mesmos donos, receberam da Secretaria Municipal de Saúde, nos últimos quatro anos, mais de R$ 6 milhões. Somente uma delas recebeu durante um ano e meio cerca de R$ 2,5 milhões.
Policiais civis estão no Hospital Geral de Arraial do Cabo, Hospital de Búzios e em endereços de empresas e de residências dos investigados, entre eles, uma fazenda. Entre os alvos está um ex-secretário de Saúde de Arraial do Cabo. Ele deixou o cargo há cinco meses.
Segundo as investigações, o laboratório Mega Lagos foi contratado em caráter emergencial, em janeiro de 2017, por seis meses, para realizar exames no Hospital Geral de Arraial do Cabo e em todos os postos de saúde da cidade.
“No entanto, durante esse período, a empresa não prestou atendimento nos postos e realizou apenas alguns exames emergenciais nos pacientes internados no hospital. Apesar disso, cobrou e recebeu da Secretaria Municipal de Saúde por milhares de exames que sequer estavam disponíveis. Após o término do prazo emergencial, em junho de 2017, a Mega Lagos continuou atuando em Arraial do Cabo e recebendo pagamentos, até dezembro de 2018, sem ter nenhum contrato firmado com a administração municipal”, diz a polícia.
As investigações também apontaram que, na prática, Mega Lagos e Masther Lab são a mesma empresa, tendo, inclusive, os mesmos funcionários e endereços comerciais.
Secretaria de Saúde
Sobre a operação da polícia, a Secretaria de Saúde de Arraial do Cabo disse que a ação faz parte de uma investigação de 2017 que apura possível envolvimento de ex-funcionários da pasta. “Desde o início da investigação, a Secretaria de Saúde tem colaborado com a Polícia Civil e com o Ministério Público prestando todas as informações solicitadas bem como apresentando todos os documentos”, diz a nota.
Na ação de hoje, a Procuradoria da pasta acompanhou a diligência no Hospital Geral, que buscava apreender documentos e contratos das empresas investigadas. “Cabe esclarecer também que não houve condução de funcionários à delegacia e que a secretaria está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários”.