Justiça concede liberdade a falsa enfermeira que vacinou empresários em MG

Mulher teria vacinado cerca de 80 pessoas em uma garagem da empresa de ônibus Saritur

Foto: PRF

O Tribunal Regional Federal da 1° Região (TRF-1) concedeu neste sábado (3) liberdade provisória a cuidadora de idosos suspeita de vacinar empresários e políticos em uma garagem da Saritur em Belo Horizonte. Cláudia Mônica Pinheiro deixou a Penitenciária Estevão Pinto, na região Leste da capital, às 16h30 deste sábado. Ela estava presa desde a noite de terça-feira (30).

Os advogados dela, que entraram com um pedido de habeas corpus, informaram que não vão se pronunciar sobre a decisão da Justica.

A falsa enfermeira teria sido a responsável por vacinar 80 pessoas na sede de uma empresa de transportes da Região Metropolitana de Belo Horizonte – sendo que 57 já foram identificadas.

Hipótese de fraude na vacinação

A Polícia Federal trabalha com a hipótese de que empresários vacinados de forma irregular em Belo Horizonte tenham recebido, na realidade, doses falsificadas do imunizante contra o coronavírus. A linha investigativa foi revelada à noite de terça-feira (30) por meio de comunicado da corporação logo após cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência da enfermeira que teria aplicado a vacina no grupo de mandatários da Saritur, importante conglomerado do setor de transportes em Minas Gerais. Frascos com soro foram recolhidos no endereço, e material será periciado.


Cartões de vacinação, seringas, agulhas, luvas e outros materiais também foram arrecadados no imóvel – bem como um segundo mandado foi igualmente cumprido em uma clínica. Outras duas hipóteses investigadas pela Polícia Federal, além da possibilidade de terem sido fraudadas as vacinas aplicadas nos empresários, são: a primeira, que doses foram importadas ilegalmente do Chile, e a segunda admite desvio do imunizante a partir do Ministério da Saúde.

A enfermeira e o filho dela são suspeitos do crime de comercializar e aplicar tais doses contra a Covid-19 de origem ilícita. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), empresários e políticos que receberam o imunizante poderão ser responsabilizados criminalmente por receptação e vacinação irregular, pelo menos.


Histórico

A imunização ilegal foi revelada pela revista “Piauí” à terça-feira passada (23). Cada vacinado teria desembolsado R$ 600 pelas doses. Uma servidora municipal da Saúde de Belo Horizonte filmou o instante em que suspeitos estariam recebendo a vacina no bairro Alto dos Caiçaras, à região Noroeste de BH.

Três dias após a denúncia, a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação “Camarote” e cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em endereços ligados à empresa rodoviária. Documentos e arquivos de imagens foram recolhidos. Uma lista com 57 nomes de pessoas suspeitas de terem sido vacinadas irregularmente contra a Covid-19 também foi apreendida pela PF.


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