Iveco prevê aumento de vendas e abre 800 vagas temporárias em 7 meses

Foto: Ilustrativa/ Iveco Sete Lagoas
Descolada do encolhimento do mercado de veículos pesados no ano passado, a Iveco, montadora do grupo CNH Industrial, concluiu em abril novas contratações de trabalhadores por tempo determinado para outro ciclo de ampliação de vendas, previsto neste ano, na fábrica de veículos comerciais de Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais. Debruçado sobre projeções para 2021, o diretor comercial da empresa, Ricardo Barion, trabalha com indicadores de crescimento de 20% a 25% do mercado impulsionados pela demanda contínua dos clientes do agronegócio e de segmentos do setor de serviços que investiram na entrega a domicílio ainda no começo da pandemia de COVID-19.
O número de vagas temporárias abertas desde outubro de 2020 na fábrica alcançou 800 oportunidades temporárias no mês passado em contratos que poderão ser renovados dependendo da capacidade de recuperação da economia brasileira e de como se comportarem as exportações da montadora para a América Latina. O plano de expansão da produção, segundo Ricardo Barion, foi desenhado num cenário que não considera, por enquanto, aumento do ritmo de imunização contra o novo coronavírus e a a retomada de articulações do governo federal no Congresso por aprovação das reformas tributária e administrativa.


“A vacinação pode gerar potencial de crescimento ainda maior”, diz o diretor comercial da Iveco. Após dois ciclos de investimentos encerrados em 2019, e um mês de paralisação da produção em 2020, devido aos efeitos drásticos na economia das medidas de isolamento social, a fábrica de Sete Lagoas retomou ritmo em abril do ano passado e viveu o melhor período de negócios em cinco anos. As vendas cresceram 30% no ano, ancoradas nos segmentos de caminhões pesados e comerciais leves, neste último caso, estimuladas pelas entregas decorrentes da expansão do comércio eletrônico.
Enquanto isso o mercado de caminhões encolheu 11% no país em 2020. Ontem, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou nova retração desse mercado, de 9,1% em abril frente a março, embora tenha havido aumento de 147% sobre a comercialização de abril de 2020. No entanto, trata-se de uma base fraca de comparação com o mês em que o Brasil registrou os primeiros casos de contaminação pelo novo coronavírus.



O bom desempenho da Iveco, de acordo com o diretor comercial da montadora, reflete estratégia adotada nos últimos quatro anos, que incluiu a readequação de produção de Sete Lagoas, renovação de toda a linha de veículos oferecidos, dos leves aos extra-pesados, e de 50% da rede de concessionárias. Para a rápida reativação da fábrica em abril do ano passado também contribuiu a experiência que a empresa vivenciou em outras plantas da CNH no mundo afetadas, antes do Brasil, pela pandemia.

Valorização

Em lugar da queda de venda que a própria Iveco previa no começo de 2020, os segmentos do agronegócio e dos serviços proporcionaram expansão. “Acreditamos que vamos manter esse ciclo de crescimento e há potencial de expansão também no Chile, Peru e Argentina”, afirma Barion. O Nordesde do Brasil é uma das áreas que mais cresce em demanda, com o reforço das revendas da montadora.


Cerca de 35% da linha de produção de Sete Lagoas está voltada para atendimento ao setor agrícola. Em 2020, além da safra recorde que o Brasil colheu, e que compensou perdas de venda para outros segmentos do mercado de veículos, as exportações do agronegócio se aproveitaram da valorização do dólar frente ao real. O comercial leve Daily surfou na onda do e-commerce, sobretudo nos ramos alimentício e farmacêutico, incentivados por longa e necessária quarentena dos brasileiros, para deter o coronavírus,
Fator adicional que deu agilidade à Iveco foi a construção de uma pista de provas na unidade industrial de Sete Lagoas. Há investimentos ainda em curso para reduzir os níveis de emissões de poluentes, em atendimento à nova legislação para veículos leves e pesados. A Iveco investiu cerca de US$ 200 milhões de 2014 ao início de 2017 no Brasil e outros US$ 120 milhões entre o segundo semestre de 2017 e o período de janeiro a junho de 2019.



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