Arábia Saudita alega contaminação microbiológica após suspender frigorífico de Sete Lagoas e outras regiões do pais, diz Itamaraty

Arábia Saudita é o segundo maior comprador da carne brasileira, depois da China. — Foto: Anderson Pereira e Adailton Barros

A Arábia Saudita informou ao governo brasileiro que suspendeu a compra de carne de aves de 11 frigoríficos brasileiros por contaminação microbiológica, segundo informou o Itamaraty em nota, na terça-feira (11).

A justificativa oficial do governo saudita ocorreu três dias após a suspensão. O país é o segundo maior comprador da carne brasileira, depois da China.

“Por meio da Nota Verbal, a SFDA [ Saudi Food and Drug Authority] informou que os estabelecimentos foram suspensos, com vigência a partir de 23/05/2021, porque produtos exportados pelas empresas envolvidas teriam ultrapassado limites e padrões microbiológicos estabelecidos no Regulamento Técnico nº GSO 1016/2015″, informa a nota do Itamaraty.

O governo brasileiro afirma ainda que “não foram apresentados dados a respeito dos limites suspostamente ultrapassados, nem dados científicos acerca da metodologia utilizada nas análises que teriam sido realizadas”.


“O Itamaraty tampouco foi informado pelas autoridades sauditas da natureza das detecções”.

Os 11 frigoríficos suspensos foram:

  • 5 da Seara Alimentos: em Amparo (SP), Brasília (DF), Campo Mourão (PR), Caxias do Sul (RS), Ipumirim (SC);
  • 3 da Vibra Agroindustrial: Itapejara D’Oeste (PR); Pato Branco (PR) e Sete Lagoas (MG)
  • 2 da JBS: em Montenegro (RS) e Passo Fundo (RS);
  • 1 da Agroaraçá: em Nova Araçá (RS).

Repercussão

Em nota, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou que “não é aceitável a imposição de barreiras sanitárias sem as devidas comprovações técnicas” entre as nações que são membros da Organização Mundial do Comércio (OMC), como é o caso do Brasil e da Arábia Saudita.


A associação reforçou que, até o presente momento, não houve envio, por parte das autoridades sauditas, de qualquer relatório com informações que fundamentem a suspensão.

No dia da suspensão, a JBS disse à imprensa, em nota, que procurou a SFDA para “dialogar e entender as motivações para o bloqueio” que a sua produção destinada à Arábia Saudita já foi redirecionada para outros mercados.


A Vibra Industrial disse que, no momento, não irá comentar. A reportagem também entrou em contato com a Agroaraçá, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

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