“Encontramos o material bem concentrado, uma densidade de fósseis em um área muito pequena. Não dá pra dizer que são do mesmo animal, mas como não encontramos pedaços iguais, então há indicativos de que é possível que seja do mesmo dinossauro”, afirmou o professor.
“Ter a possibilidade de encontrar um registro como esse em uma área tão importante para a Companhia é uma grande surpresa, além de representar um ganho para o patrimônio histórico do Brasil e do mundo”, afirmou Homero Rech, gerente de engenharia da Brado, empresa que realiza as obras na ferrovia.
No Maranhão, esse é o primeiro fóssil de dinossauro encontrado na região de Davinópolis, mas não é o primeiro titanossauro encontrado no estado. A mesma espécie já teve fóssil encontrado na Ilha do Cajual, perto da cidade de Alcântara. Portanto, se confirmado, a descoberta de mais vestígios desse grupo de dinossauros abre caminho para o entendimento da evolução desses animais no Maranhão e no Brasil.
“Já encontramos fósseis de titanossauro na região da Ilha do Cajual, que fica próximo a São Luís, com 97 a 95 milhões de anos, coletados nos anos 90. Mas a descoberta é sempre de pedaços pequenos, quebrados e isolados. Esse de Davinópolis possui membros encontrados mais próximos e mais preservados”, afirmou o paleontólogo da Universidade Federal do Maranhão, Manuel Alfredo.
O titanossauro faz parte do gênero de dinossauros saurópodes, que já estavam na Terra há cerca de 163 milhões de anos, segundo os cientistas. No caso da possível espécie encontrada em Davinópolis, o tamanho estimado é de 18 metros de comprimento.
“Os titanossauros viviam em manadas e pesavam até mais de 40 toneladas. São caracterizados por terem pescoço longo, cabeça pequena, e herbívoros. Podiam atingir a altura de até 8 metros, e o comprimento excedia os 20 metros”, explica Manuel Alfredo.
Todos os ossos encontrados em Davinópolis foram encaminhados para a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, onde continuarão sendo analisados pelas equipes do professor Elver Luiz.
“Nesse momento, estamos na etapa de preparação no laboratório, fazendo a limpeza, separando o que é rocha e o que é osso. Depois vamos remontar os pedacinhos. Vai levar um bom tempo. Esse achado é muito importante para a formação de material humano e novos pesquisadores, e vamos trabalhar para fazer a divulgação científica”, concluiu Elver Luiz.
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