Covid-19: PBH investiga se mulher internada após passar pela África está infectada com ômicron

Paciente está em leito de isolamento no hospital Odilon Behrens (Amanda Dias/BHAZ)

Uma mulher que não se vacinou contra a Covid-19 está internada em Belo Horizonte com uma doença, depois de passar pelo Congo, na África, continente em que a  variante ômicron foi identificada  pela primeira vez. Agora, uma prefeitura que investiga se ela foi infectada pela nova cepa. A nacionalidade da mulher não foi informada.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) de BH, a mulher deixou o Congo no dia 17 de novembro, passada pela Turquia e desembarcou em São Paulo no dia 20. No mesmo dia, ela chegou na capital mineira.

A paciente começou a sentir os sintomas de Covid-19 no dia 22 de novembro e procurou atendimento médico na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do hospital Odilon Behrens nesse domingo (28). No local, a mulher informou que não se imunizou contra a doença.

A mulher ainda informou que fez um teste de detecção de Covid-19 antes de embarcar para o Brasil, ainda no Congo, tendo resultado negativo. Em BH, ela foi internada em leito de isolamento e será encaminhada para o hospital Eduardo de Menezes.

Genotipagem

Ainda segundo a SMSA, a equipe do Odilon Behrens comunicou o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) sobre o caso e solicitou teste rápido, que teve resultado positivo. Em seguida, foi solicitada a realização de genotipagem do vírus, para detectar a variante.

A secretaria reforça que o CIEVS realiza um trabalho de monitoramento continuado para acompanhar suspeitas de surtos e novas variantes precocemente, além de outras situações relacionadas à transmissão da Covid-19.

“A Secretaria Municipal de Saúde segue realizando o acompanhamento permanente da situação. A prefeitura esclarece que é necessário manter as mesmas recomendações sanitárias como o uso correto de máscaras, evitar aglomerações, lavar as mãos com frequência e manter a situação vacinal em dia”, informa o órgão.

Questionada pelo BHAZ, a SMSA não informou que este é o primeiro caso suspeito de infecção pela ômicron em BH.

Ômicron

A variante ômicron do novo coronavírus representa um risco muito elevado para o planeta, advertiu a OMS (Organização Mundial da Saúde) em documento técnico.

A organização destacou que pesquisadores em todo o mundo estão conduzindo estudos para entender melhor os muitos aspectos da ômicron que continuam desconhecidos. Ainda há dúvidas, por exemplo, sobre o grau de transmissibilidade e gravidade da doença.

Como anunciado pela OMS na última sexta-feira (26), a ômicron é uma variante com um grande número de mutações. Dadas as mutações que poderiam conferir de escapar de uma resposta imune e dar-lhe possivelmente uma vantagem de transmissibilidade, a probabilidade de disseminação potencial do ômicron em nível global é alta.

“Dependendo dessas características, pode haver surtos futuros de Covid-19, que podem ter consequências graves, dependendo de uma série de fatores, incluindo onde os surtos podem ocorrer. O risco global geral relacionado ao novo VOC ômicron é avaliado como muito alto”, afirmou a organização no documento.

As principais incertezas são: quão transmissível é a variante; quão bem as vacinas já existentes contra a Covid-19 protegem contra a infecção, doença clínica de diferentes graus de gravidade e morte; e se a variante apresenta um perfil de gravidade diferente.

O que se sabe?

A OMS compartilhou o conhecimento atual sobre a ômicron. Segundo a organização, outras descobertas serão disponibilizadas assim que mais estudos estiverem disponíveis.

Qual o nível de contágio?

Ainda não está claro se a ômicron é mais transmissível (por exemplo, se ela é mais facilmente transmitida de pessoa para pessoa) em comparação com outras variantes, incluindo a delta.

O número de pessoas com teste positivo aumentou em áreas da África do Sul afetadas por esta variante, mas estudos epidemiológicos ainda estão em andamento para entender se é por causa da ômicron ou outros fatores.

A ômicron causa sintomas mais graves?

Ainda não está claro se a infecção com ômicron causa sintomas mais graves em comparação com infecções com outras variantes, incluindo a delta.

Dados preliminares sugerem que há taxas crescentes de hospitalização na África do Sul, mas isso pode ser devido ao aumento do número geral de pessoas que estão se infectando, e não devido a uma infecção específica com ômicron.

Atualmente, não há informações que sugerem que os sintomas associados a ômicron sejam diferentes daqueles de outras variantes. As infecções relatadas inicialmente foram entre estudantes universitários – indivíduos mais jovens que tendem a ter uma doença mais branda – mas compreender o nível de gravidade da variante ômicron levará dias a várias semanas.

Todas as variantes de Covid-19, incluindo a variante delta, que é dominante em todo o mundo, podem causar doenças graves ou morte, em particular para as pessoas mais vulneráveis ​​e, portanto, a prevenção é sempre fundamental.

Qual a eficácia das vacinas contra a ômicron?

A OMS está trabalhando com parceiros técnicos para entender o impacto potencial dessa variante em nossas proteções existentes, incluindo vacinas.

As vacinas continuam sendo críticas para reduzir doenças graves e morte, inclusive contra a variante circulante dominante, a delta. As vacinas atuais permanecem eficazes contra doenças graves e morte.

Qual a eficácia dos testes de Covid atuais?

Os testes de PCR, amplamente utilizados, ​​continuam a detectar a infecção do novo coronavírus, incluindo a infecção com ômicron, como também vimos com outras variantes.

Estudos estão em andamento para determinar se há algum impacto em outros tipos de testes, incluindo testes de detecção rápida de antígenos.

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