MP denuncia 15 pessoas por homicídio e tortura contra idosos que viviam em asilo de Divinópolis

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou 15 pessoas pelos crimes de tortura e maus-tratos contra idosos que viviam em uma instituição de Longa Permanência em Divinópolis, na região Centro-Oeste de Minas Gerais. Eles foram indiciados pela Polícia Civil no dia 18 de janeiro, que constatou que 58 idosos foram vítimas e 10 morreram devido aos maus-tratos.A responsável técnica pelo Lar de Longa Permanência Vila Vicentina Padre Libério foi denunciada por homicídio (8 vezes) e homicídio qualificado por emprego de meio cruel (duas vezes), que prevê aumento de pena já que as vítimas tinham mais de 60 anos. Ela também responderá por infração de medida sanitária, exercício ilegal da medicina ou farmacêutica e exercício de curandeirismo.

Ela também responderá, junto a outros 14 funcionários da instituição, 41 vezes por tortura contra pessoa que está sob sua guarda, poder ou autoridade – com aumento de pena por se tratar de pessoas idosas; expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, da pessoa idosa, submetendo-a a condições desumanas ou degradantes ou privando-a de alimentos e cuidados indispensáveis (art. 99, Lei 10.741/2003), também por 41 vezes; e falsidade ideológica.

Denúncia

Segundo a denúncia, entre 2015 e 2022, a responsável e os funcionários da instituição causaram sofrimento aos idosos, “deixando de providenciar os necessários cuidados de saúde, empregando violência e ameaça como forma de aplicar castigo pessoal, submetendo-os a condições degradantes e desumanas, privando-os de alimentação e cuidados indispensáveis”, diz o MP.

Ainda conforme a denúncia, todas as ações eram do conhecimento ou contavam com a omissão tanto dos responsáveis administrativos como do médico que atuava na entidade.

Com base nas investigações, o MP ressalta que a atual responsável técnica do Lar de Longa Permanência Vila Vicentina Padre Libério, assumiu o cargo em 2015, quando começou a criar regras próprias para o funcionamento da instituição.

“Neste contexto, para além do completo descumprimento das normas que regem o acolhimento institucional de longa permanência para pessoas idosas, foram criadas rotinas inadequadas, abusivas e cruéis, com consequente submissão dos residentes a situações desumanas, degradantes e de extremo constrangimento”, relata a denúncia.

Falta de funcionários e insalubridade

A denúncia do MP cita que o número de funcionários que trabalhavam no local era reduzido e que o ambiente onde viviam 82 idosos era insalubre.

A investigação constatou ausência de higiene, alimentação insuficiente e inadequada e falta de cuidados básicos, como banho, troca de fraldas e acompanhamento para realização de necessidades fisiológicas.

“Pacientes que ‘dessem mais trabalho’ eram trancados em cômodos, de onde não podiam sair nem para ir ao banheiro”, de acordo com o Ministério Público.

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