Conforme informações do delegado Carlos Fernandes, da Delegacia de Polícia Civil em Ituiutaba, todo o material roubado foi recuperado como dinheiro, diversas joias, documentos pessoais, cartões bancários, veículo e uma arma de fogo (revólver, calibre 38).
“A arma de fogo foi adquirida por duas pessoas, que foram ouvidas no inquérito policial, as quais serão responsabilizadas pelos crimes de receptação e porte ilegal de arma de fogo”, informa.
O crime aconteceu em dois estados, Minas Gerais e Goiás, e em três cidades diferentes, o que dificultou o trabalho de investigação da Polícia Civil.
“Foi um crime gravíssimo e de difícil elucidação, uma vez que foi cometido em dois estados [Minas e Goiás] e em três cidades diferentes [Ituiutaba (MG), Goiânia (GO) e Professor Jamil (GO)], o que enaltece o trabalho de todos os policiais civis que participaram: delegados, escrivães, investigadores, médicos-legistas e peritos”, finaliza ao ressaltar a parceria com os órgãos de segurança pública do Estado de Goiás, que contribuíram efetivamente nas apurações.
Mãe e filho mortos
O filho, de 63 anos, e a mãe dele, de 85 anos, teriam sido mortos, respectivamente, em 19 de janeiro, na cidade de Ituiutaba, e no dia 25 do mesmo mês, em Goiânia, conforme apurações da PC. O corpo da mãe foi abandonado em Professor Jamil (GO) e do filho encontrado carbonizado no dia 27 de janeiro, em meio a um canavial no município do Triângulo Mineiro.
Antes de matar as vítimas, conforme relato dos três primeiros presos em flagrante, todos da mesma família – pai (59 anos), mãe (52) e filho (25) – eles teriam se alojado no apartamento das vítimas, em Goiânia. A partir daí, passaram a ministrar remédios para dopá-las, o que teriam conseguido já no primeiro dia. Assim, eles forçaram a vítima (de 63 anos) a fornecer senhas bancárias, com o objetivo de levar a quantia de R$180 mil, mas ela resistiu. Diante da resistência, o trio resolveu levar objetos e quantias que havia no imóvel.
Já em posse dos bens, os suspeitos resolveram voltar para Ituiutaba trazendo também o homem de 63 anos com a finalidade de continuar extorquindo a vítima.
“Diariamente, eram ministradas doses altas de medicamento controlado à vítima, que morreu em função da administração do remédio, sem ter fornecido suas senhas bancárias. O corpo foi então colocado em pneus e queimado em meio a uma plantação de cana-de-açúcar.”
De volta a Goiânia, o trio contou para a mãe que o filho morreu em decorrência de problemas de saúde. A mãe entrou em sofrimento profundo e acabou morrendo.
“Durante o transporte do corpo até Ituiutaba, para extermínio igual ao do filho, sofreram um acidente e precisaram jogar o cadáver em um matagal para que não fossem surpreendidos pela polícia.”
Prisões
Durante as investigações, foram autuados em flagrante pai (em Goiânia), mãe e filho (em Ituiutaba), no dia 26 de janeiro, em decorrência de uma operação conjunta de forças policiais de Minas e de Goiás. Foram decretadas, também, prisões preventivas de outros três suspeitos: dois homens, de 19 e 20 anos, detidos em 13 de fevereiro na cidade de Uberlândia, e da mulher, de 20, presa hoje em Ituiutaba.
Os investigados, que estão presos, serão indiciados pelos crimes de latrocínio, cárcere privado e ocultação de cadáver.