Mulher denuncia importunação sexual dentro de casa de samba na região Noroeste de BH 

Vítima afirmou que homem passou a mão em seu corpoFoto: Pixabay/Divulgação

Uma mulher de 31 anos denunciou ter sido vítima de importunação sexual dentro de uma casa de samba no bairro Jardim Montanhês, na região Noroeste de Belo Horizonte, na noite desse domingo (6 de outubro). O suspeito teria pedido “licença” e passado a mão no corpo da vítima pelas costas. A Polícia Militar (PMMG) foi acionada, mas não compareceu ao estabelecimento para registrar a ocorrência. O caso não seria o primeiro no local, que acumula uma série de relatos de casos do tipo, nas redes sociais, de frequentadoras alvo de assediadores. 

“Estava no samba no encerramento de campanha de um amigo candidato a vereador. Em determinado momento, parei para passar o meu gloss e o cara passou do meu lado, pediu licença, colocou a mão no meu ombro e desceu pelo meu corpo. Ele passou a mão na minha bunda e desceu até a minha coxa. Eu assustei na hora e ao olhar para frente uma amiga estava olhando e falou ‘eu entendi certo? esse homem passou a mão em você’”, conta a vítima, que terá a identidade preservada. 

Ao notar que havia sido alvo de assédio, a jovem foi atrás dos seguranças e do proprietário do bar, enquanto dois amigos interceptaram o suspeito, que tentava deixar o local. Entretanto, ao contar sobre o fato para os responsáveis pela casa de shows, foi informada de que eles não “podiam fazer nada” e nem expulsar o suspeito, mas que iriam chamar a polícia já que a vítima e o suspeito apresentavam versões diferentes. 

“Mas eles ouviram meus amigos que foram lá para não deixar o cara ir embora, ouviram o cara, mas a minha amiga que viu a cena eles não ouviram. Os seguranças fizeram uma barreira para proteger o cara e passaram a rir e debochar da situação”, relata. A mulher ficou no local por cerca de 3 horas aguardando a chegada da PM. Em dado momento, ela sugeriu ir por meios próprios até a delegacia, mas, segundo ela, foi barrada pelos funcionários. 

Uma mulher de 31 anos denunciou ter sido vítima de importunação sexual dentro de uma casa de samba no bairro Jardim Montanhês, na região Noroeste de Belo Horizonte, na noite desse domingo (6 de outubro). O suspeito teria pedido “licença” e passado a mão no corpo da vítima pelas costas. A Polícia Militar (PMMG) foi acionada, mas não compareceu ao estabelecimento para registrar a ocorrência. O caso não seria o primeiro no local, que acumula uma série de relatos de casos do tipo, nas redes sociais, de frequentadoras alvo de assediadores. 

“Estava no samba no encerramento de campanha de um amigo candidato a vereador. Em determinado momento, parei para passar o meu gloss e o cara passou do meu lado, pediu licença, colocou a mão no meu ombro e desceu pelo meu corpo. Ele passou a mão na minha bunda e desceu até a minha coxa. Eu assustei na hora e ao olhar para frente uma amiga estava olhando e falou ‘eu entendi certo? esse homem passou a mão em você’”, conta a vítima, que terá a identidade preservada. 

Ao notar que havia sido alvo de assédio, a jovem foi atrás dos seguranças e do proprietário do bar, enquanto dois amigos interceptaram o suspeito, que tentava deixar o local. Entretanto, ao contar sobre o fato para os responsáveis pela casa de shows, foi informada de que eles não “podiam fazer nada” e nem expulsar o suspeito, mas que iriam chamar a polícia já que a vítima e o suspeito apresentavam versões diferentes. 

“Mas eles ouviram meus amigos que foram lá para não deixar o cara ir embora, ouviram o cara, mas a minha amiga que viu a cena eles não ouviram. Os seguranças fizeram uma barreira para proteger o cara e passaram a rir e debochar da situação”, relata. A mulher ficou no local por cerca de 3 horas aguardando a chegada da PM. Em dado momento, ela sugeriu ir por meios próprios até a delegacia, mas, segundo ela, foi barrada pelos funcionários. 

A mulher conta que só conseguiu deixar o local após o suspeito afirmar que iria registrar um boletim de ocorrência online. Os dois então compartilharam dados e deixaram o local. A vítima afirma que vai registrar um boletim de ocorrência ainda na tarde desta segunda-feira (7 de outubro). A reportagem questionou a Polícia Militar (PMMG) sobre o caso e aguarda retorno. A matéria será atualizada tão logo um posicionamento seja enviado. 

Caso não seria o primeiro

O caso desse domingo (6) não seria o primeiro. Nas redes sociais, dezenas de relatos foram registrados nos comentários de um vídeo publicado pela historiadora e influenciadora digital Lívia Teodoro. Na postagem, ela relata já ter sido vítima e também ter presenciado casos de importunação sexual no estabelecimento. 

“Está insuportável lidar com o assédio no 3 Pretos. Eu sempre fico no cantinho, a casa está sempre muito cheia e isso é bom. Mas brigamos para que o lugar continue sendo seguro. Um exemplo, eu fui passar e um cara se jogou pra cima de mim, se encostando em mim. Em outro domingo que fui, um cara passou a mão na bunda de uma menina após ela se recusar a ficar com ele”, afirmou.

Em conversa com a reportagem de O TEMPO, a influenciadora conta que após a publicação do vídeo passou a receber diversos relatos de outras mulheres que também teriam sido alvo de situações do tipo no local. “Relatos muito dolorosos, de passada de mão, de denúncias feitas para a casa e a gerência se colocar na posição de ‘não podemos fazer nada, porque é sua palavra contra a dele’. Eu parei de ler os inbox porque são situações que me geram gatilho. Mas foram diversos relatos públicos nos comentários e no privado”, afirma. 

Após a repercussão, a influenciadora recebeu o contato do proprietário e de uma produtora a convidando para uma reunião. “Disseram que não apoiavam esse tipo de assunto e depois tivemos uma reunião onde afirmaram que a equipe de segurança está fazendo mudanças. Se colocaram à disposição para pensar juntos soluções e me convidaram para um vídeo de conscientização contra o assédio. Mas ponderei que antes deveriam tomar medidas dentro de casa”, pontua. 

A influenciadora afirma que não voltou mais ao local e lamenta que um espaço de resistência tenha se tornado um ambiente de desrespeito à mulher. “Eu não me sinto segura no local. O sentimento é desanimador. Eu fiz um conteúdo para abrir um debate civilizado, mas no primeiro caso (desse domingo) o retorno que temos é totalmente diferente, a casa se coloca em posição de passividade”, lamenta.

O que diz a casa de samba?

Procurada, a administração da 3 Preto Bar afirmou que logo que tomou ciência do caso fez o acolhimento à vítima, ouvindo-a e entendendo a situação vivenciada, bem como orientando e aguardando os órgãos competentes para registro de boletim de ocorrência. Ambos, a vítima e o suposto autor foram separados  pelos seguranças a fim de evitar uma briga generalizada e o escalonamento da situação de violência.

O estabelecimento afirma, ainda, que o próprio suposto autor e funcionários do local fizeram inúmeros chamados junto à Polícia Militar (PMMG), mas não foi possível a presença dos militares do local. “Após sermos informados por uma atendente do 190 que a viatura iria demorar, foi feito, em comum acordo com as partes presentes, o compartilhamento dos dados dos envolvidos para registro futuro”, informou. 

Sobre os outros casos, a 3 Preto Bar informou que apenas dois casos foram notificados até o momento. Desde então, a casa tem realizado campanhas nas redes sociais e em suas dependências contra crimes de assédio, importunação, violência contra as mulheres, capacitismo, etarismo, gordofobia, intolerância religiosa, LGBTFobia, racismo, transfobia e todos os tipos de violências para que a casa seja um lugar de diversão e lazer para todas as pessoas.

“Além disso, nossa gestão se compromete com capacitações e campanhas de conscientização sobre violências de gênero e raciais, contribuindo com a cultura de um ambiente seguro a todas as pessoas”, finaliza.

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