Demitido aos 56 anos, empresário montou franquia que já tem 32 lojas

Luis Belentani usou o valor da indenização e da venda de uma moto para montar a Tia Sô Minidelícias.

2014. Uma fila de tamanho considerável se forma na porta de um novo estabelecimento aberto em São José do Rio Preto (SP). O produto não poderia ser mais simples: coxinhas. Luis Belentani, dono do negócio inaugurado com excelentes resultados, podia suspirar aliviado.

Meses antes, fora demitido de uma empresa de home-care onde era gerente. Aos 56 anos, enfrentava a angústia que muitos profissionais experientes têm de administrar quando perdem o emprego. Buscar a recolocação já é tarefa complicada para quem está começando. Torna-se ainda mais desafiadora para quem já trabalha há mais tempo.

Luis resolveu trilhar um novo caminho: empreender. Ainda que receoso pelas incertezas de ter sua própria empresa, juntou o dinheiro da indenização recebido por sua demissão, vendeu sua moto, buscou financiamentos e juntou-se ao filho Matheus para fazer o planejamento que deu origem ao empreendimento da família. Nascia a Tia Sô Minidelícias.




O nome fez homenagem a Solange, mulher de Luis, que deu ao negócio uma contribuição valiosa: o tempero das coxinhas. Aliado ao ambiente convidativo da loja, o sabor dos quitutes garantiu o sucesso logo no primeiro dia. Seis anos depois, a Tia Sô é uma franquia com 32 lojas espalhadas em cinco estados. A produção chega a 500 mil salgados por dia, entre coxinhas e outros produtos que a empresa lançou ao longo da trajetória.

Naqueles primeiros dias de funcionamento, a fábrica instalada junto à loja havia preparado 30 mil coxinhas para a semana de inauguração. Em dois dias de filas e grande movimento de clientes, essa primeira leva se esgotou. Com o sucesso dos salgadinhos, alguns clientes apontaram a Luis e Matheus os próximos passos a seguir. “Várias pessoas entravam na loja e perguntavam se era franquia. Chegou a um ponto em que respondíamos: ‘Não é, mas vai ser’”, recorda-se Luis.




Pai e filho planejaram o modelo de franquias no fim de 2014. No ano seguinte, as lojas franqueadas começaram a abrir. O crescimento vertiginoso mal deu tempo aos sócios para se planejarem. As sedes físicas da empresa são uma mostra de como o negócio evoluiu rapidamente. “Nós começamos com a fábrica no mesmo local da loja, foi ficando muito apertado, não tinha condição de trabalhar. Buscamos outro local, mas não chegamos a ficar seis meses. Começamos a ver um espaço bem maior, achando que seria grande demais, mas já tá todo tomado”, conta o empresário.

O crescimento só teve uma pausa nos últimos meses, com as medidas de isolamento social para combater o novo coronavírus. A empresa, porém, já é especialista em se adaptar a novas realidades. Aos poucos, começa a minimizar o baque inicial. “Nos primeiros 15 dias, tivemos uma queda de faturamento de 30%. Estamos trabalhando no delivery e ainda lançamos novos produtos para não perder os clientes. Agora essa queda já está em 10% a 15% do que a gente faturava antes”, calcula Matheus.




Otimistas, Luis e Matheus não abandonaram os planos de ampliar ainda mais a Tia Sô. Assim que tudo voltar ao normal, as deliciosas coxinhas da Solange seguirão seu caminho de expansão para outras regiões do Brasil. “Você sempre tem que pensar em crescimento, ter essa perspectiva de ampliar. Isso não pode parar”, conclui Luis.

FONTEG1
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