Nossa Senhora das Graças não vai fechar; entenda o caso

Foto: Reprodução
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Na manhã de sexta-feira, 26 de fevereiro, Dr Felipe Toledo, superintendente da Irmandade, mantenedora do Hospital Nossa Senhora das Graças – HNSG, participou de programa de rádio da cidade, quando falou sobre a recente anulação por parte da Prefeitura do Contrato de Prestação de Serviços com o hospital.

No programa, foram abordados, entre outros, temas relativos à UPA, que como destacou o radialista está em situação muito complicada, e sobre o HNSG, para esclarecer como fica a prestação de serviço após a decisão do Executivo local. Dr Felipe destacou a importante parceria que foi firmada entre o Município e o hospital no governo do prefeito Márcio Reinaldo e o cumprimento mais de 95% do que preconiza o contrato firmado entre as partes. “O hospital nunca foi tão do povo como ele é hoje. 78% dos leitos do hospital hoje são contratados pelo SUS, atendem essa a região toda, são 35 municípios”, destacou.

O superintendente destacou a importância do contrato firmado com o Município no final do ano passado que garantiu a sustentabilidade do complexo materno infantil (Maternidade, Pediatria e UTI Neo) que, de acordo com o superintendente, dá um “prejuízo de quase R$ 1 milhão aos cofres do hospital”. Ele explicou que o SUS não custeia nem 30% dos custos deste serviço e que a Prefeitura reconheceu isso e assinou um contrato no final do ano passado que incluiu uma contrapartida do Município para poder ajudar a reduzir o prejuízo da área nos atendimentos SUS.

Nas palavras do superintendente, a Maternidade é uma das grandes responsáveis pelo resultado negativo que o hospital apresenta anualmente. Dr Felipe afirmou que a equipe do hospital foi surpreendida pela decisão de anular o contrato e seus efeitos. “Estávamos a três meses trabalhando este contrato, dezembro, janeiro e fevereiro, e a portaria suspende os efeitos do contrato desde o início. Teoricamente, a suspensão não garante que a Irmandade vá receber pelos serviços que já foram prestados”, disse.

Uma reunião foi realizada já no dia 22 de fevereiro, entre a alta direção da Irmandade e a nova equipe da Secretaria de Saúde. Neste encontro ficou garantido que o contrato estaria vigente até o dia 29 de fevereiro. Para o superintendente, se dependesse apenas do hospital, a prestação de serviço continuaria sendo feita normalmente. “Entendemos a dificuldade que a prefeitura passa em termos de orçamento, mas o fato é que a Irmandade tem condições de prestar esse atendimento pleno à população de Sete Lagoas”, disse Dr Felipe.

O deputado estadual Douglas Melo, que é radialista na emissora, então perguntou sobre o risco de, caso o contrato seja reduzido, haver fechamento da Maternidade. O superintendente então afirmou que se a Irmandade mantiver o serviço de Maternidade, com o prejuízo de R$1 milhão por mês, sem nenhuma contrapartida, o risco não será de fechar apenas a Maternidade, mas sim de fechar o hospital todo. “Então, entre fechar o hospital todo e fechar uma unidade, o princípio da prudência manda fechar uma unidade.

Podemos manter a UTI, as cirurgias cardíacas, a Oncologia, a Hemodiálise. São serviços que se amanhã fechassem trariam um caos a toda a região. Então, a decisão de fechar a Maternidade não é uma forma de pressão ou de chantagem sobre a Prefeitura. É uma consequência financeira da falta de recursos para manter essa unidade, uma vez que a tabela do SUS não é reajustada a 12 anos. Perguntem quantas Maternidades já foram fechadas na região”, finalizou Dr Felipe. Uma nova reunião foi realizada na tarde de ontem, 26 de fevereiro, inclusive com a presença do promotor de justiça Dr Marcelo Augusto Vieira, mas até o momento não há informações sobre o que foi decidido entre os participantes.

Maternidade HNSG A maternidade do HNSG foi inaugura na década de 40, é um serviço de alto risco, hoje a quarta maior do Estado de Minas Gerais, realiza em média 400 partos por mês e é referência para 35 municípios e 650 mil pessoas.

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