Mais duas crianças morreram na tarde desta sexta-feira (6), no Hospital da Santa Casa de Montes Claros, no Norte de Minas, vítimas da tragédia em Janaúba. De acordo com o Corpo de Bombeiros e com a assessoria de imprensa do hospital, Cecília Davine Gonçalves Dias, de 4 anos e Yasmim Medeiros Salvino, também de 4 anos estavam em estado grave e acabaram não resistindo aos ferimentos.
Com elas, já chega a nove o número de mortos na creche onde o vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos, jogou gasolina em seu próprio corpo e nas crianças e ateou fogo. Ele ainda saiu abraçando os pequenos, fazendo mais vítimas. Cecília foi a sexta criança morta na tragédia, ela faleceu às 13h15, já Yasmim morreu logo depois às 14h21. Também morreram uma professora e o vigia. Há pelo menos 46 pessoas feridas.
Cecília já tinha sido dada como morta na noite desta quinta-feira (5), mas os bombeiros depois corrigiram a informação, dizendo que ela teve uma parada cardiorrespiratória, mas foi reanimada. Ela inalou fumaça e teve o corpo queimado. Já Yasmim estava com 90% do corpo queimado.
Cecília acabou morrendo |
Veja as outras vítimas:
Heley de Abreu, a professora heroica
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Heley Abreu é uma das vítimas de ataque em creche de Janaúba |
A professora deu a sua vida para salvar a vida de crianças que estudavam na creche “Gente Inocente”. Com o próprio corpo em chamas, a professora tentava abafar o fogo ao mesmo tempo em que tirava os alunos pela janela – o vigia havia fechado a porta. A morte de Heley foi confirmada na noite dessa quinta-feira (5).
Professora há quase vinte anos, Heley era apaixonada por crianças e muito querida na cidade. A mãe da professora, dona Valda, disse que sua casa ficou lotada de visitas na tarde dessa quinta, quando a morte ainda não estava confirmada.
A perda que dona Valda teve nessa quinta remete à perda que Heley teve há 12 anos. A professora perdeu um filho recém-nascido após ele morrer afogado em uma piscina.
Juan Miguel, o mini-herói
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Juan Miguel |
O ombro da mãe Janiqueli Silva Soares não terá mais o pequeno Juan Miguel Soares, de 4 anos. Janiqueli disse à reportagem de O TEMPO que o filho sempre dormia agarradinho com ela.
O menino sapeca como era conhecido pela família foi corajoso ao extremo antes de partir. De acordo com um vizinho da família, o menino salvou uma coleguinha do incêndio criminoso, mas quando voltou para buscar outro amigo, não conseguiu sair pela janela. Eles morreram abraçados.
Luiz Davi Carlos Rodrigues, do berço acolhedor
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Luiz Davi |
O velório acontecido durante toda a noite na sala da casa era repleto de acolhimento e humildade. Enquanto lamentavam a morte do pequeno Luiz Davi, a família ainda teve tempo de pensar no perdão ao vigia Damião Soares dos Santos. “Esse homem estava sofrendo demais para fazer tanta gente sofrer assim”, disse a avó Hilda Rodrigues à reporter Joana Suarez, depois de dizer que se o vigia ainda estivesse vivo, ela reuniria todos os amigos para cuidar dele.
O pequeno havia passado recentemente por uma cirurgia no umbigo, o que tornou mais fácil o reconhecimento do corpo que estava bastante carbonizado.
Ana Clara Ferreira Silva, a dor da família
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Ana Clara |
A dor para a família de Luana Ferreira pode ser considerada uma das maiores nessa tragédia. Além de perder a pequena Ana Clara, de quatro anos no ataque, a mãe está com outras duas filhas no hospital de Montes Claros. Dividida entre estar com as filhas que lutam pela vida depois de inalarem grande quantidade da fumaça tóxica, Luana não teve tempo nem de velar o corpo da pequena Ana Clara. A tragédia só não foi pior porque um quarto filho de Luana não foi para a creche nessa quinta-feira porque estava com conjuntivite.
Juan Pablo Cruz dos Santos
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Juan Pablo |
Renan Nicolas dos Santos Silva
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Renan |
Cecília Davine Gonçalves Dias
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Cecília Divina |
A pequena Cecília Davina Gonçalves Dias, de 4 anos, que estava internada no Hospital da Santa Casa de Montes Claros, no Norte de Minas, morreu na tarde desta sexta-feira (6). Ela estava em estado grave e acabou não resistindo aos ferimentos. Nesta quinta (5), a menina deve uma parada respiratória e chegou a ser dada como morta, no entanto ela foi reanimada, mas acabou morrendo nesta sexta (6).
Damião Soares dos Santos, o suspeito
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O assassino da creche |
O principal suspeito do caso não levantava suspeitas acerca de sua personalidade. Damião Soares dos Santos, que trabalhava como vigia da creche e fazendo sorvetes e picolés, era querido pelas crianças da cidade. Nessa quinta-feira (5), no momento em que o vigia entrou na creche, ele estava com um pote de sorvete cheio de gasolina, que jogou no próprio corpo e nas crianças antes de atear fogo em si e abraçar os pequenos.
Reportagem extraída do Jornal O Tempo