O Hospital Municipal Monsenhor Flávio D´amato recebeu uma visita inusitada na tarde de segunda-feira, 30 de outubro. Andando sobre as próprias rodas e assoviando, o robô Oziris, criação do professor de bioinformática e pesquisador Braulio Couto, já chegou chamando a atenção de funcionários e pacientes.
Oziris veio a Sete Lagoas com uma nobre missão: ajudar a conscientizar profissionais de saúde, pacientes e acompanhantes sobre a importância da correta higienização das mãos para a redução dos índices de infecção hospitalar. Durante a visita, o androide dançou balé e hip hop para crianças internadas na Pediatria, tocou músicas e fez projeções de vídeos didáticos sobre o tema que motivou a visita.
A iniciativa foi da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital Municipal, composta pela enfermeira Ana Cláudia Barbosa, a secretária Dulcineia da Silva e pelo médico pediatra e especialista em Controle de Infecção Hospitalar, Dr. Ewaldo Mattos. O médico explica que o robô Oziris é mais uma ferramenta que tem sido utilizada nesse trabalho de controle de infecções hospitalares. “Esse trabalho envolve não só a educação continuada que estamos fazendo aqui hoje, mas também a vigilância epidemiológica dos eventos que estão acontecendo no hospital através dos resultados de exames microbiológicos, da busca ativa feita pela enfermagem no sentido de buscar as infecções, na discussão dos casos, no sentido de escolher melhores antibióticos para determinadas síndromes”.
Por lei, todos os hospitais são obrigados a terem uma comissão ou um serviço de controle de infecção hospitalar. No HM, a CCIH atua na instituição de protocolos de terapia e de quimioprofilaxia das infecções cirúrgicas. Os dados epidemiológicos estatísticos são avaliados, medidos e apresentados para toda a equipe, que trabalha continuamente para a redução das taxas de infecção hospitalar. “Hoje especialmente o nosso trabalho é a conscientização da correta higienização das mãos, não só para profissionais de saúde, mas também para familiares que são os cuidadores. Porque isso, de fato, está muito claro nas estatísticas, nos trabalhos médicos da literatura. A boa higienização das mãos, vai sim evitar a infecção hospitalar”, enfatiza o médico.
Trabalhos nesse sentido são feitos em todo o mundo. Fora do país, acredita-se que haja em torno de 60 a 70% de adesão nos processos de higienização de mãos. No Brasil, no entanto, esses índices giram em torno de 20-30%. “Nós ainda temos que caminhar muito, temos que enfatizar muito nos vários ambientes. E em breve nós queremos ter dados aqui no HM que cheguem próximo aos 100% de adesão da correta higienização de mãos”, comenda Dr. Ewaldo.
Nos últimos dez meses de trabalho na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Municipal, a equipe liderada pelo Dr. Ewaldo já tem um balanço positivo. “Os dados preliminares são de que nós estamos conseguindo reduzir o índice e as taxas de infecção hospitalar. Dentro de aproximadamente duas semanas, vamos apresentar um relatório mais detalhado. Os dados preliminares sugerem que esses índices e taxas de infecção estão caindo, assim como o uso de antibióticos de geração mais alta. Isso traduz, efetivamente, uma redução das taxas de infeção hospitalar”.
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Foto 1 A primeira parada de Oziris foi na UTI do Hospital Municipal.
Foto 2 Robô Ozires entre o pesquisador Braulio Couto, a enfermeira Ana Cláudia Barbosa, a secretária Dulcineia da Silva e Dr. Ewaldo Mattos
Foto 3 Funcionários do Bloco Cirúrgico também receberam orientações sobre higienização de mãos.