Mulher é morta após proibir namoro da filha de 16 anos, em Santa Luzia

O suspeito, "Nego Leo", de 36 anos, fugiu após o crime e não foi mais localizado pela polícia

Uma mulher de 37 anos foi assassinada na tarde de segunda-feira (16) em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, após proibir a filha de 16 anos a namorar o autor do crime, um homem de 36 anos. Elizângela da Silva Amorim e a adolescente eram ameaçadas pelo suspeito, conhecido como “Nego Leo”, desde a proibição do relacionamento, sendo que elas chegaram inclusive a registrar boletins de ocorrência contra o homem e pedir uma medida protetiva.

O crime aconteceu na rua Rio Pardo, no bairro Santa Matilde, segundo a Polícia Militar (PM). A mulher teria proibido o relacionamento por considerar o mesmo muito conturbado. A adolescente de 16 anos  está grávida do suspeito.

Na tarde de segunda, policiais militares do 35º Batalhão da PM receberam denúncia anônima de que uma mulher havia sido baleada no endereço da vítima, onde Elisângela foi encontrada já morta, caída no chão da sala. O Samu foi chamado e confirmou o óbito.

Uma outra filha da vítima, de 9 anos, contou aos PMs que o suspeito chegou na casa dela e discutiu com a mãe e atirou nela. O marido da vítima, que não estava em casa, foi localizado e confirmou que a mulher vinha sendo ameaçada de morte pelo autor do crime, que não se conformava com o fim do namoro.

O celular de Elisângela foi entregue aos militares e havia diversas ameaças de morte do homem contra ela. A filha de 16 anos também confirmou que vinha sendo ameaçada de morte, que registrou boletim de ocorrência e até pediu medida protetiva.

Na manhã desta terça-feira, a menor contou que vinha sendo ameaçada há cerca de 1 ano. “Tinha muito tempo já”.

Ele falava que se eu saísse de casa, ele ia me bater, passar o carro por cima de mim. Ele me bateu duas vezes, e ameaçava minha mãe também. Ela sempre proibiu o namoro, mas eu era contra. Ele me pôs contra minha família toda”, lembrou, aos prantos, a adolescente.

Ela confirmou para a reportagem que está grávida, mas disse não saber quantos meses de gestão já tem, uma vez que ainda não foi ao médico. “Eu cheguei a conversar com ele, falei que ia ficar longe, mas ele falava que eu teria que morar em outra casa, porque se não ele ia me matar. Ele já tacou pedra em mim, não deixava eu passar na rua. Teve um dia que eu fui com uma mochila cheia de roupa pra escola, para tentar fugir, e ele falava que se eu fosse para casa ele ia me matar. Ele sempre perguntava se eu estava grávida, mas eu não falava nada. Agora ele fez isso com minha mãe, eu tenho outros seis irmãos”, disse a jovem antes de perder a fala e cair no choro.

“Nego Leo” fugiu depois do crime e não foi localizado pela polícia. Segundo a perícia, Elisângela levou um tiro na região lombar, que transfixou. O caso foi registrado na Delegacia de Plantão de Santa Luzia e a Polícia Civil abriu inquérito para apurar o homicídio.

FAMÍLIA AMEDRONTADA 

Uma vizinha da família, que não quis ser identificada, conta que o suspeito é muito perigoso e, por isso, no “alto do morro” todos têm medo dele. “Ele mata, rouba, faz tudo quanto há. E aí vem e destrói a vida de uma mulher jovem, deixa os filhos dela para trás. Um homem de 37 anos querendo uma menina de 16. E agora ele está ameaçando a família toda, eles não sabem nem como fazer. Se a polícia não pegar esse homem, como eles vão viver agora?”, diz a mulher.

Os vizinhos contam ainda que, após matar Elisângela, “Nego Leo” teria saído na rua gritando que já matou até polícia, que não tinha medo de ninguém, que não daria nada para ele. “As autoridades precisam fazer alguma coisa”, completou a vizinha.

Um irmão da vítima, de 47 anos, contou que a mulher era contra o namoro por saber que o homem era perigoso. “Ela não aceitava, mas a menina também ficava com ele mais forçada, por medo dele. Ele atirou na minha irmã indefesa, ela entrou na casa, ele veio atrás e atirou nela na sala. Isso na frente da menina de 9 anos. O marido dela já falou que não entra mais naquela casa”, finalizou o parente.

VIARedação
COMPARTILHAR

SEM COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA