Terremoto na Bolívia faz prédio de 10 andares em Belo Horizonte tremer

Os tremores foram sentidos no mesmo horário em que prédios em Brasília, em São Paulo, no Rio Grande do Sul e outras regiões de Minas Gerais também tiveram que ser esvaziados.

Um prédio comercial na rua Timbiras, no Barro Preto, região central de Belo Horizonte, teve que ser evacuado após pessoas sentirem um tremor do sexto andar para cima.

Os tremores também foram sentidos em Araxá e Uberlândia, na região do Triângulo Mineiro, em Minas Gerais. Os abalos aconteceram no mesmo horário em que prédios em Brasília, em São Paulo e no Rio Grande do Sul tiveram que ser esvaziados.

Nestes quatro estados, a causa foi reflexo de um terremoto que atingiu a Bolívia nesta segunda-feira (2).

A reportagem de O TEMPO entrou em contato o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UNB), que confirma que alguns regiões de Minas Gerais relataram tremores, entre eles Belo Horizonte.

Os Bombeiros fizeram vistoria no local após a evacuação, mas não constataram nenhum abalo na estrutura do prédio.

O terremoto na Bolívia

O tremor seria reflexo de um terremoto de magnitude 6,8 na Escala Richter que atingiu a região de Carandayti, na Bolívia, na manhã desta segunda, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).

Técnico em sismologia do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), José Roberto Barbosa explica que o terremoto registrado na Bolívia foi considerado profundo e, quando isso ocorre, ondas chegam à superfície e se propagam.

“São ondas que caminham no sentido transversal, acabam encontrando as estruturas dos prédios e mexendo. As pessoas acabam sentindo essa oscilação. Em geral, sentem um ligeiro enjoo, a vibração, podem ver um lustre balançando e isso é suficiente para elas saírem correndo, porque não estão habituadas a esse tipo de situação”, explicou.

Fixados em rochas

Segundo Barbosa, é possível que, em uma mesma região, pessoas que estão em um prédio sintam o tremor e outras, em um imóvel próximo, não tenham a mesma sensação. “Tem prédios que estão fixados em rochas mais duras e outros em rochas sedimentares, que amplificam um pouco e as pessoas percebem mais facilmente. Em outros, fixados em basalto, granito, as ondas passam e quase não são percebidas.”

O técnico informa que, de um modo geral, esse tipo de tremor não abala a estrutura dos prédios. “Tivemos dezenas de casos de ocorrências desse tipo, que as pessoas chamam de reflexo de terremoto e, em geral, não causa danos em prédios.”

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