Crianças detalham como eram abusadas pelo avô

Divulgação/PCMG

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu, nesta sexta-feira (12), um homem de 75 anos, que confessou abusar sexualmente dos três netos: uma menina, com 13 anos, atualmente, e um casal de gêmeos, de 11 anos. Os abusos estariam acontecendo há, pelo menos, sete anos. O homem, que não terá o nome divulgado para preservar a identidade das vítimas, foi localizado por policiais da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), nesta manhã (12), na residência dele.

A operação foi na região Noroeste de Belo Horizonte. Os policiais civis estiveram na casa do suspeito e, além de prendê-lo, apreenderam várias mídias, dentre elas, alguns negativos de fotos, pen drives, cds, dvds e aparelhos celulares.

Segundo a Delegada Renata Ribeiro, titular do inquérito, o homem confessou o crime. “Em depoimento, o suspeito disse que agiu sob uma força maligna, afirmando que era uma pessoa ‘de Deus’ e que quando alguém é muito temente, o diabo influencia”, detalhou. “Eu nunca havia escutado algo desta natureza”, afirmou a Delegada.

Ainda, de acordo com a delegada, além de abusar sexualmente dos netos, o idoso, que atuou como fotógrafo em escolas infantis durante 40 anos, ameaçava as vítimas e outros familiares. As crianças contaram que a violência acontecia na casa dele na presença da avó. “Elas disseram que não entendiam direito o que estava acontecendo quando eram mais novas, e acreditavam ser uma forma de carinho, porque ganhavam doces e porque, em algumas oportunidades, a avó presenciava”, relatou a Delegada.

O caso foi descoberto depois que a mãe das crianças, uma mulher de 40 anos, estranhou o comportamento depressivo dos filhos e os levou ao psicólogo. Após tomar conhecimento, há duas semanas, registrou o boletim de ocorrência.

A Chefe da Divisão de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad), Delegada Elenice Cristine Batista, explicou que a escuta especializada foi importante para a polícia alcançar detalhes de forma a evitar a revitimização das crianças. “O menino foi ouvido por uma psicóloga, em sala própria, num ambiente acolhedor. A polícia aliou a técnica à especificidade do serviço e conseguiu elementos que subsidiassem, ainda mais, o pedido do mandado de prisão”, explicou.

A Delegada Renata Ribeiro explicou que as crianças disseram sobre como sentiram-se desconfortáveis com a situação, à medida em que cresceram. “As vítimas detalharam que o avô as ameaçavam, falando que, caso contassem o fato, a mãe morreria por uma doença terminal, o pai suicidaria e ele as colocaria em orfanatos, separados”, salientou.

Em que pese ter sido decretada a prisão preventiva apenas do avô das crianças, a participação da avó, que tem 75 anos, também é investigada.

Elenice Batista ainda lembrou que a operação aconteceu um dia antes do Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca) completar 29 anos. “O Eca completa 29 anos amanhã e para nós, que lidamos com questões que envolvem crianças, é um marco importante, enfatizou. A Delegada explicou que a escuta especializada é o procedimento pelo qual a criança ou o adolescente, vítima de violência, é ouvida em local apropriado e acolhedor, com infraestrutura que garanta a privacidade e o acompanhado por profissional capacitado. O objetivo é assegurar o atendimento humanizado, menos traumático e invasivo, dentro do possível. É o que realizamos na unidade, concluiu.

VIARedação
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