Três pessoas morreram nesta quarta-feira (1°), no complexo de cachoeiras do Parque Ecológico do Paredão, em Guapé, no Sul de Minas, após uma cabeça d’água – fenômeno em que o volume de um rio aumenta repentinamente após uma chuva forte – atingir a região. A identificação dos banhistas ainda não foi confirmada, mas, segundo a Polícia Militar (PM), as vítimas eram da mesma família. A princípio, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civíl havia informado que cinco pessoas teriam morrido, no entanto, os dois órgãos voltaram a trás e ratificaram a informação.
Um grupo ficou ilhado durante a enxurrada, no entanto, segundo o tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador da Defesa Civil estadual, a possibilidade de haver desaparecidos foi descartada pelas autoridades.
O Parque Ecológico do Paredão fica a 330 km de Belo Horizonte e é um destino muito procurado por turistas durante o período de férias. De acordo com visitantes do parque, no momento do desastre, dezenas de banhistas brincavam na água quando foram surpreendidos pela enxurrada.
A ocorrência mobilizou equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil estadual, que montaram uma força-tarefa para realizar o resgate das vítimas.
Em vídeo nas redes sociais, um turista identificado como Alnei contou que estava com a esposa quando a água subiu. “De repente, veio a tromba-d’água, e eu encontrei uma pedra, fiquei debaixo dela pra tentar ficar respirando enquanto a tromba caía. A sensação é muito ruim”, relatou.
O prefeito de Guapé, Nelson Lara (PC do B), lamentou o ocorrido e afirmou que a prefeitura irá prestar todo apoio à família das vítimas. “Estava em viagem e quando soube voltei. Assim que tomamos conhecimento, disponibilizamos todas as ambulâncias e médicos. Esse final de ano está sendo muito difícil para a cidade, muitos acidentes, mas prestaremos todo apoio nas buscas também”, destacou.
Sem resposta. A reportagem ligou para o Parque Ecológico do Paredão, mas ninguém foi encontrado.
Tragédia comove moradores
A notícia da morte de banhistas em uma das cachoeiras do Parque Ecológico do Paredão se espalhou rapidamente pela cidade de Guapé e provocou um clima de tristeza entre os moradores e turistas. A família da estudante Júlia Macedo, 23, pretendia passar o primeiro dia do ano no ponto turístico, mas eles acabaram desistindo na última hora. Segundo ela, o parque costuma ficar cheio nesta época do ano.
“É um local muito conhecido, todo mundo vai para lá passar os finais de semana. É inacreditável que uma tragédia dessa tenha acontecido em um lugar que vou sempre. Muitos amigos foram, mas quando o tempo fechou, ele foram embora”, contou a jovem.
Segunda tragédia em uma semana
A tragédia em Guapé é a segunda que ocorre em menos de uma semana nas águas do Sul de Minas. Na última sexta-feira, um acidente com uma embarcação matou cinco pessoas da mesma família no lago de Furnas, entre Carmo do Rio Claro e Guapé. Duas vítimas foram localizadas no mesmo dia. Já os corpos de um idoso, de 60 anos, e de duas crianças, de 5 e 8 anos, foram encontrados por uma embarcação da Marinha no último domingo. No momento em que o barco virou, ninguém usava colete salva-vidas.
A família morava em Franca, no interior de São Paulo, e estava no Sul de Minas para celebrar as festas de fim de ano. Eles passeavam de barco em um local onde a profundidade chega a 15 metros. O grupo estava em uma canoa de madeira movida a motor, quando uma movimentação atípica na água virou a embarcação.
Cinco pessoas morrem em cachoeira no sul de Minas, atingidas por tromba d’água. 50 ficaram ilhadas.
