Vírus foi encontrado em 88% das amostras coletadas na bacia do ribeirão do Onça

Vírus foi encontrado em 88% das amostras coletadas na bacia do ribeirão do Onça

No terceiro boletim de acompanhamento do projeto-piloto Monitoramento Covid Esgotos, feito por diversos órgãos estaduais federais, foi confirmada a presença do novo coronavírus em até 88% das amostras coletadas em Belo Horizonte e Contagem, na região metropolitana.

Na bacia do ribeirão Arrudas, no período de 11 a 15 de maio, o vírus foi identificado em 43% das amostras, uma leve queda em relação à coleta anterior (de 27 de abril a 8 de maio), quando ele foi identificado em 50% das amostras.

Já na bacia do ribeirão do Onça, 88% das amostras deram positivo para a presença do novo coronavírus, ante 69% de amostras positivas registradas no levantamento anterior.

O projeto-piloto é realizado em 24 pontos de coleta no sistema de esgotamento sanitário de Belo Horizonte e Contagem pela Agência Nacional de Águas (ANA) e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis/UFMG). A ação é realizada em parceria com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).


De acordo com os responsáveis pelo projeto, os resultados são preliminares, pois não foi possível, ainda, fazer o cruzamento dos dados regionalizados das concentrações de vírus no esgoto e de casos de Covid-19. “Isso será feito tão logo seja possível a disponibilização dos dados de casos suspeitos, confirmados e óbitos referentes a pacientes com Covid-19 em cada uma das regiões monitoradas pela SES-MG”, informou.

Para saber mais informações sobre essas dados, bem como os bairros que ele abrange, clique AQUI.

Trabalhos em campo

O trabalho é desenvolvido pelos professores Carlos Chernicharo, César Mota e Juliana Araújo, do INCT, baseado em estudos recém-publicados pela revista Lancet Gastroenterol Hepatol. Um levantamento realizado em Amsterdã, na Holanda, mostrou que pacientes com a coronavírus apresentaram em suas fezes o RNA do Sars-CoV-2, causador da doença.

São quatro técnicos trabalhando na coleta das amostras. “Cada equipe tem um amostrador automático, com uma mangueirinha que vai na rede de esgoto, coletando amostras em intervalos de tempo regulares. Essa amostra fica preservada numa caixa com gelo, um isolante térmico, abaixo de 4 graus. É uma amostra grande, de 10 l. Depois a gente homogeniza e levamos para o laboratório”, explica o professor Chernicharo.


As amostras são analisadas no laboratório de microbiologia do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Escola de Engenharia da UFMG.

Próximos passos

Com os resultados de novas coletas que serão feitas, será possível fazer comparações entre as regiões e ainda dentro da mesma região. “Como o estudo está sendo desenvolvido de forma regionalizada, buscando identificar a ocorrência do novo coronavírus em áreas com baixos e elevados índices de vulnerabilidade social, a expectativa é que este também possa contribuir, de forma indireta, para se estimar o número de pessoas infectadas em cada uma das regiões estudadas”, afirmam os pesquisadores.


Os resultados permitirão construir gráficos que mostrem curvas de tendência de crescimento e/ou de decrescimento do número de pessoas infectadas, de forma regionalizada, o que poderá contribuir para as autoridades da área de saúde a tomarem certas decisões.

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