Chá entre irmãs em Contagem faz 25 da mesma família se infectarem e uma morrer

Parente de idosas testou positivo para Covid-19 duas vezes, conforme resultados dos exames
Foto: Reprodução

Um chá entre oito irmãs idosas realizado em Contagem, na região metropolitana de BH, terminou com 25 pessoas da mesma família infectadas pelo novo coronavírus e uma morta em decorrência da doença – a vítima era uma mulher de 71 anos que morreu no dia 6 de julho, na capital.

Segundo a fonoaudióloga e professora Gisele*, 42, filha de uma das idosas que participaram do chá, o encontro entre elas foi no dia 18 de junho. As oito irmãs participaram de um chá da tarde para inaugurar a compra de um apartamento por uma delas. Dois dias após o encontro, os sintomas começaram a aparecer em todas as mulheres que estavam no local, conforme conta Gisele.

“Elas fizeram esse chá numa quinta-feira, e, no domingo, minha mãe reclamou de muita diarreia, dor abdominal e vômito. Minha tia, infelizmente, faleceu com a doença. Segundo ela, nenhuma delas tinha qualquer sintoma e nenhum tinha outro fator de risco, além da idade”, disse a filha.

A contaminação dos demais familiares, conforme conta Gisele, foi pelo fato de as oito idosas serem avós e, portanto, manterem contatos com filhos, netos e outras pessoas da família. “Casa de vó você já viu! Minha mãe mesmo, no fim de semana, depois do chá, recebeu filhos e netos em casa. Inclusive, dois netos dormiram com ela”, relata.

Reinfecção

Gisele, que mora em Mário Campos, também na região metropolitana, teria contraído o vírus pela segunda vez. A fonoaudióloga acredita que o contágio tenha ocorrido após ela ter cuidado dos pais dela, que contraíram o novo coronavírus depois que a mãe participou do chá.

A primeira vez em que Gisele contraiu a Covid-19 foi em março deste ano. O diagnóstico veio após um exame que ela fez por iniciativa própria depois de ter sentido dores no corpo e febre. Com a piora dos sintomas, ela precisou ser hospitalizada. “Por 15 dias, só conseguia dormir sentada de tanta dor”, relembra. Na segunda vez, que aconteceu depois de Gisele cuidar dos pais, ela sentiu sintomas mais brandos, porém perdeu o olfato. “Fiquei surpresa porque não imaginava que pudesse pegar novamente. Achei que já tinha criado imunidade”, relata.

Luto

Ao falar da morte da tia, Gisele e emociona. “Ela faria 72 anos no dia 18 de julho. No dia do enterro, acompanhamos tudo de dentro do carro, e meus primos (filhos da idosa morta) só viram minha tia do vidro do caixão”, lamenta. De acordo com a sobrinha, a idosa ficou intubada por quatro dias e morreu em consequência de uma para cardiorrespiratória. A idosa morava na região do Barreiro, em BH, e deixou marido, seis filhos e netos.
*Nome fictício

FONTEO Tempo
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