Vereador de BH é um dos três suspeitos de ter mandado matar vereador de Funilândia

A Polícia de Civil de Minas Gerais confirmou na manhã desta sexta-feira que considera que o vereador de Belo Horizonte Ronaldo Batista (PSC) é um dos três mandantes do assassinato do vereador de Funilândia Hamilton Dias.

O segundo mandante apontado pela polícia seria Gérson Geraldo Cesário, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários de Passageiros Urbanos Intermunicipais, Interestaduais, Fretamento e Turismo de Contagem e Esmeraldas (Sintetcon). Ele está foragido. O terceiro citado pelos investigadores, e que não teve o nome revelado pela polícia, já está preso. Ele é irmão de Cesário.

De acordo com o delegado do Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Domênico Rocha, o crime foi executado por um ex-policial penal, que deu 12 tiros na vítima, e por um policial militar da ativa, que segundo os investigadores teria tentado acobertar o crime. Os dois estão presos.

Os demais participantes seriam parentes do vereador de BH, que foram usados para atrair Hamilton para a cena do crime criando um personagem fictício, Vanessa, uma mulher, que conversava com ele por mensagens.


A primeira etapa da operação teve início no dia 21 de agosto, quando a polícia conseguiu prender todas as pessoas que estariam envolvidas na morte do vereador Hamilton Dias de Moura. Na casa do executor, foram apreendidos a arma do crime e o veículo utilizado na fuga pelos suspeitos, além de R$ 10 mil em dinheiro, que a Civil acredita que seja parte do pagamento pelo assassinato da vítima.

Diante da consistência das provas, a Polícia Civil foi procurada por um dos investigados e selou com ele uma colaboração premiada. “Esse colaborador nos trouxe informações muito relevantes que apontavam de forma clara, de forma expressa que, de fato, o vereador de Belo Horizonte foi o mandante da morte da vítima”, disse o delegado.

Rocha afirmou que, desde o primeiro momento, a polícia desconfiou que se tratava de uma ação profissional, uma vez que teriam sido utilizados um silenciador na arma do crime, um carro clonado para a fuga dos executores, além de um aparelho telefônico, cujo registro da linha apontava para uma pessoa que residia em outro estado.


Além disso, segundo o delegado, a concentração dos disparos na altura do rosto da vítima levou os investigadores a deduzir que o autor dos tiros era uma pessoa que tinha intimidade com arma de fogo. Com essas evidências, os policiais concluíram que se tratava de um crime encomendado.

Motivação

A Polícia Civil informou que o assassinato de Hamilton Dias de Moura teria sido motivado pelas disputas políticas, sindicais e econômicas que existiam entre ele e o vereador Ronaldo Dias. “No passado, eles eram aliados no âmbito sindical. Em dado momento eles romperam essa aliança política e, a partir de então, houve um recrudescimento desse conflito, que envolvia a propositura de ações judiciais, bloqueios de valores, perda de poder e influência no âmbito sindical, principalmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte”, explicou Domênico Rocha.

De acordo com o delegado Domênico Rocha, no passado, vítima e acusado eram aliados no âmbito sindical. “Em um dado momento eles romperam essa aliança política e, a partir de então, houve um recrudescimento desse conflito, que envolvia a propositura de ações judiciais, bloqueios de valores, perda de poder e influência no âmbito sindical, principalmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte”, explicou.

Moura era presidente do Sindicato dos Motoristas e Empregados em Empresas de Transporte de Cargas, Logística em Transporte e Diferenciados de Belo Horizonte e Região (SIMECLODIF), e pré-candidato à prefeitura de Funilândia.

As investigações, segundo a Polícia Civil, indicam que o Moura influenciava sindicalizados a entrar com ações judiciais pedindo a regularização das contas do órgão sindical que, à época, era presidido por Batista.


“As partes que propuseram essas ações não tiveram lucro financeiro, mas ficou evidenciado que havia um desvio de conduta, havia uma má gestão nos sindicatos que o vereador (Ronaldo Batista) presidia, tanto é que a Justiça do Trabalho condenou ele a pagar uma cifra milionária”, disse o delegado.

Rocha afirmou ainda que o Ministério Público do Trabalho (MPT) ingressou com uma ação civil pública contra o vereador de BH a partir de um dossiê com mais de 110 caixas que o parlamentar de Funilândia entregou. “Um dos desdobramentos dessa ação foi o bloqueio de R$ 500 mil em imóveis poucos dias antes da morte da vítima”, afirmou.

Esta matéria está em atualização

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