Suspeito de fraudar licitações para produtos contra a Covid-19 é alvo de operação da Polícia Civil; prejuízo pode superar R$ 500 mil

Segundo a corporação, o homem pode responder por fraude a licitação, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Um esquema de compras fraudulentas de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para Covid-19, que pode ter causado prejuízos de cerca de R$ 500 mil aos cofres públicos, foi desmantelado pela Polícia Civil durante operação realizada na última quinta-feira (22). Os detalhes das investigações foram divulgados em entrevista coletiva nesta segunda-feira (26).

Segundo a Polícia Civil, um homem, que mora em João Monlevade, na Região Central de Minas Gerais, seria o líder do esquema, mas outras sete pessoas são investigadas. Entre elas, está a esposa do suspeito, que atuava na parte financeira do esquema fraudulento. Nenhum dos envolvidos está preso.

As investigações, conduzidas em conjunto por diversos órgãos que fazem parte da Ação Integrada da Rede de Controle e Combate à Corrupção de Minas Gerais (ARCCO-MG), começaram em Pium-í, na Região Centro-Oeste do estado, quando as primeiras informações levantadas apontavam que empresas abertas pelo suspeito, todas no ramo de veículos, eram contratadas para fornecer EPIs para Covid-19. Segundo a polícia, o investigado colocava as empresas em nomes de laranjas.




“O investigado, que se passava por representante comercial, enviava orçamentos de duas, três empresas no nome destes laranjas para participar dos processos de compras. Com isso conseguia direcionar para qual empresa seria feita a contratação”, explicou o delegado que presidiu o inquérito, Gabriel Fonseca.

Segundo o delegado, chamou a atenção o fato de Pium-í ter contratado uma empresa a cerca de 400 quilômetros de distância.




“Chamou a atenção por causa da distância entre os municípios e a necessidade de entrega imediata do material. Grupo de trabalho identificou também que, além de a empresa ser sediada em João Monlevade, a entrega foi feita por outra empresa, localizada em Belo Horizonte”, afirmou o delegado.A operação foi deflagrada na quinta passada para cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão em João Monlevade, Itabira e São Gonçalo do Rio Abaixo. Cinquenta policiais participaram da ação.

“As primeiras informações levantadas já apuraram que o principal investigado ele suas empresas não atuavam no ramo de fornecimento de EPI ou de insumos hospitalares. E chamou a atenção porque estava participando de procedimentos para fornecimento destes insumos para municípios. O principal investigado atuava em procedimentos licitatórios como representante de mais de uma empresa, registradas em nomes de laranjas. Até mesmo os bens que investigado obtinha também registrava em nome de terceiros, como veículos de luxo”, falou.




Após a operação, a Polícia Civil acredita que o suspeito usou o mesmo procedimento para conseguir vencer processo de licitação em outras seis cidades. Segundo o delegado, a princípio, os municípios não teriam qualquer envolvimento com as fraudes. Ainda de acordo com a polícia, uma das cidades teria recebido apenas parte do material, com qualidade inferior, e outro sequer recebeu os produtos.

O suspeito pode responder por fraude a licitação, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.





FONTEG1
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