MPF pede que o deputado Aécio Neves perca atual mandato, seja condenado e devolva R$ 2 milhões em propina

Em suas alegações finais, última etapa do processo de condenação, MPF acusa o deputado federal pelo PSDB de corrupção passiva. Outras três pessoas, entre elas a irmã e um primo de Aécio, são réus no processo.

O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), em imagem de 24 de novembro — Foto: Dida Sampaio/g1

O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF) pediu mais uma vez a condenação do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) pelo crime de corrupção passiva em suas alegações finais, última etapa da ação em que ele é acusado de receber R$ 2 milhões em propina.

Na denúncia, Aécio teria recebido o dinheiro do empresário Joesley Batista em 2017. Em troca, o então senador atuaria em favos da JBS, empresa dele, no Congresso Nacional. A irmã de Aécio, Andrea Neves; o primo dele, Frederico Pacheco de Medeiros, e Mendherson Souza Lima, ex-assessor do então senador Zezé Perrella, também são réus na ação.

Além da condenação de todos os suspeitos de envolvimento, o MPF também pediu, nas alegações finais, a perda de mandato do deputado Aécio Neves. A irmã dele é acusada de envolvimento direto na propina, assim como Frederico e Mendherson, acusados de carregarem as malas com o dinheiro.

Segundo a MPF, a maior parte dos pagamentos foi flagrada e filmada pela Polícia Federal durante as investigações. Já sobre a acusação de obstrução de justiça, o órgão pede absolvição de Aécio Neves.

Em nota, a defesa do deputado disse que o MPF “surpreendentemente, ignorou o fato de que os próprios delatores, quando ouvidos em juízo, afastaram qualquer ilicitude envolvendo o empréstimo feito ao Deputado que, segundo eles próprios, não teve qualquer contrapartida. As provas deixaram clara a inexistência de qualquer crime e a defesa aguarda, com tranquilidade, a apreciação pelo Poder Judiciário”.

A defesa de Andrea Neves também nega as acusações. O advogado de Mendherson Souza Lima, Antônio Velloso Neto, disse que não há qualquer prova contra seu cliente.

O G1 procurou a defesa de Frederico Pacheco de Medeiros, mas ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.

O advogado de Joesley Batista, André Calligari, disse que seu cliente não vai se manifestar, já que está na ação apenas na condição de testemunha.

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