PF prende traficante que foi solto por policiais suspeitos de corrupção em Minas

PF divulga imagens da Operação Forseti — Foto: Divulgação / PF

O último foragido da Polícia Fedaral (PF) em decorrência da operação “Forseti”, que investiga um possível esquema de corrupção, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro envolvimento de policiais civis de Minas Gerais, foi preso pela corporação. O homem seria o traficante que pagou aos policiais para ser solto e ter a droga apreendida devolvida.

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), que é coordenada pela PF e conta também com as polícias Civil, Militar e Penal, localizou o suspeito na última quinta-feira (14) na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Na ocasião em que subornou os agentes públicos, o homem foi preso em flagrante com 36 kg de cocaína.

Ainda conforme a polícia, o preso responderá por tráfico de drogas e corrupção ativa. Se for condenado pela Justiça, ele poderá pegar até 32 anos prisão.

A operação

Deflagrada no último dia 28 de junho, a operação “Forseti” prendeu policiais lotados na Delegacia de Repressão ao Furto, Roubo e Desvio de Cargas (Depatri), em Belo Horizonte.

A PF cumpriu nove mandados de prisão preventiva e 23 mandados de busca e apreensão nos municípios de Belo Horizonte, Contagem, Nova Lima, Ibirité, Sarzedo, Sete Lagoas e Juiz de Fora.

Além disso, foi determinado bloqueio de valores em 24 contas bancárias e sequestro de 23 imóveis e veículos. A decisão foi expedida pela 2ª Vara de Tóxicos, Organização Criminosas e Lavagem de Dinheiro de Minas Gerais.

Seis policiais foram afastados do trabalho, com auxílio da Corregedoria da PCMG. Caso sejam condenados, a pena prevista chega a 37 anos de prisão.

Segundo a PF, os policiais civis alvos da operação são suspeitos de receberem “vultosos valores para esvaziar o procedimento investigativo sobre um indivíduo preso na cidade de Ribeirão das Neves”, na região metropolitana. Entre os alvos da operação, está o delegado Rafael Lopes Azevedo, que se entregou na sede da Polícia Civil no último dia 9 de julho.
O homem foi encontrado com os 36 quilos de cocaína em um laboratório de armazenamento e refinamento da droga. A apuração federal mostra que a negociação do grupo criminoso com os policiais civis garantiu a soltura do preso e a devolução dos entorpecentes apreendidos.
“O aprofundamento das investigações revelou, ainda, o envolvimento dos policiais investigados com outros esquemas de corrupção, de tráfico de drogas e de lavagem de dinheiro, nos quais há a utilização de interpostas pessoas, físicas e jurídicas, para ocultação dos valores obtidos como produto dos crimes”, prossegue a PF.

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