De família pobre, menina morta em BH sonhava em retribuir ajuda

Amigos se lembram de Bárbara como uma menina grata REPRODUÇÃO / RECORD TV MINAS

Quem tinha um pouco mais de proximidade com a menina Bárbara Victória não hesita em traçar o perfil da moradora da região de Venda Nova, em BH, assassinada aos 10 anos. Todos a definem como uma garota meiga, alegre e sociável.

Entre uma conversa e outra com moradores do bairro Mantiqueira, a equipe da Record TV Minas colheu informações que mostram que ela era uma criança consciente da condição de pobreza em que a família vivia, mas não perdia a alegria. O sentimento era sempre de gratidão pela ajuda que recebia, como conta Géssica de Jesus, balconista da padaria onde Bárbara comprou pães antes de desaparecer.

“Um certo dia a Bárbara veio comprar o pão e queria levar salame, mas não tinha o da marca que era mais barata. Ela disse que o dinheiro não daria para comprar. Então eu comprei para ela os pães e o salame e ela me disse: tia, um dia vou te pagar”, lembra. “Mesmo quando ela não vinha comprar pão, ela passava aqui para nos dar um abraço”, recorda a atendente.

Uma amiga da família, que preferiu não ser identificada, conta que barbara sonhava em ser cabeleireira. A menina chegou a pedir a mulher, que é dona de um salão de beleza, para ensiná-la o ofício. A colega prometeu passar todo o conhecimento quando Bárbara estivesse maior.

Uma vizinha, que também não quis se identificar, relata a percepção geral sobre o perfil da menina. “A Bárbara era muita menina muito feliz. Ela sempre estava brincando, dançando ou cantando. Daqui de casa a gente a ouvia cantar. Ela nos pedia para levá-la à igreja e gostava de estar ali”, conta a moradora.

Entenda o caso

A investigação sobre o caso ainda está em andamento. Bárbara desapareceu na tarde do último domingo (31) após ir à padaria comprar pão. O corpo da menor foi achado na terça-feira (2) em uma matagal, atrás de um campo de futebol, no bairro Águia Branca, em Justinópolis, Distrito de Ribeirão das Neves. O bairro é vizinho ao da família. O local fica a menos de 500 metros da casa onde a menina morava.

O laudo do IML (Instituto Médico-Legal) apontou que ela foi asfixiada. O corpo dela foi encontrado amordaçado e com as mãos amarradas. Ela só vestia a camisa do Atlético-MG com a qual havia saído de casa. A menina estava sem o short e a roupa íntima.

Um suspeito chegou a ser preso, mas foi liberado após prestar esclarecimentos. Era Paulo Sérgio, de 50 anos, morador da região. Circuitos de segurança filmaram o homem próximo a Bárbara andando pelas ruas, após ela sair da padaria. Uma das gravações deixa a atender que a menina conversava com ele.

Segundo a família da vítima, uma sacola de pão parecida com a da Bárbara foi achada na casa  do suspeito. A polícia o liberou por falta de provas. Paulo Sérgio chegou a colher material genético para exame pericial que indicará se ele teve relação com o crime. Nesta quarta-feira (3), Paulo Sérgio foi encontrado morto na casa da tia, no bairro Cachoeira, na região nordeste de Belo Horizonte. A suspeita é que ele tenha se enforcado.

 

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