Mulher morre após plástica que durou 7h e família denuncia erro médico em BH

Norma Eduarda completou 59 anos internada no hospital após sofrer diversas complicações da cirurgia — Foto: ARQUIVO PESSOAL

A família e amigos da servidora pública Norma Eduarda da Fonseca, de 59 anos, ainda tentam se acostumar com a ideia de não tê-la por perto. Depois de 62 dias lutando por sua vida, a mulher que trabalhava na UFMG morreu na última semana em decorrência de complicações que se iniciaram um dia após ela passar por uma série de cirurgias plásticas que teve 7h de duração. Em meio ao luto, agora os familiares lutam para provar o que eles acreditam serem erros médicos do cirurgião. 

O empresário Gustavo Botelho, de 29 anos, filho de Norma, conta que a mãe fez a cirurgia no dia 5 de fevereiro deste ano em um hospital particular localizado no bairro Belvedere, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Todo o planejamento e acompanhamento pré-operatório foram realizados na clínica do cirurgião, que atende em uma clínica no bairro Anchieta, na mesma região. 

“Ela fez cinco procedimentos de uma vez, e a cirurgia teve uma duração total de 7h, o que é desaconselhado por qualquer cirurgião e pelos órgãos reguladores. Ela tinha 58 anos quando fez as plásticas, e completou 59 internada no hospital por conta das complicações”, lembra, emocionado, o filho da mulher. 

Liberada no dia seguinte ao procedimento, pouco depois Norma começou com sintomas como vômito, diarreia, inchaço abdominal, além de indícios de necrose nos locais operados. “Quando ela começou com estes sintomas, entramos em contato com o cirurgião e não fomos bem atendidos. Faltou muito profissionalismo. A gente não teve um atendimento de perto do médico, não se prontificou nem a visitá-la, mas apenas respondeu por mensagens”, denuncia Botelho. 

Cerca de 10 dias depois do procedimento, Norma já estava internada para o tratamento das complicações sofridas, sendo constatada uma infecção por bactéria hospitalar multirresistente. Apesar do esforço da equipe médica e de diversos procedimentos cirúrgicos, no último dia 17 de abril a servidora pública teve a morte confirmada por falência múltipla de órgãos. “Acreditamos que o erro médico começa no planejamento da cirurgia com a duração mais prolongada do que o recomendado. Sem falar na ausência dos cuidados pós-operatórios. Por isso, procuramos a Polícia Civil para registrar um Boletim de Ocorrência e fazermos a necrópsia”, completou o filho de Norma. 

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