Um estudante de 14 anos, matou três colegas de sala com um revólver, em uma escola no povoado de Serra dos Correias, na cidade de Heliópolis, que fica a 332 km de Salvador, na Bahia. As vítimas tinham 15 anos, sendo duas meninas e um menino. O adolescente se suicidou após matar os colegas. O caso aconteceu nesta sexta-feira (18).
De acordo com Polícia Civil, alunos do Colégio Municipal Dom Pedro 1º assistiam a uma aula, quando Samuel Santana Andrade levantou da cadeira, atirou contra os colegas e tirou a própria vida em seguida. Além dele morreram Adriane Vitória Silva Ferreira, Fernanda Souza Gama e Jonatan Gama Santos.
As Polícias Militar, Civil e técnica compareceram ao local para a coleta de indícios, perícia e remoção das vítimas. Um revólver foi apreendido. Por meio de nota, a polícia informou que investiga a origem da arma utilizada no ataque. A arma foi recolhida pelo Departamento de Polícia Técnica, durante procedimentos no local do crime. O revólver, munições, entre outros itens localizados passarão por perícia, segundo a Folha de São Paulo.
Um relatório do Grupo de Trabalho de Especialistas em Violências nas Escolas, do Ministério da Educação, apontou que o Brasil teve, entre 2002 e o momento de sua conclusão (outubro de 2023), 36 ataques a escolas, que resultaram em 164 vítimas, sendo 49 mortes e 115 pessoas feridas.
Governador lamentou as mortes
Em uma rede social, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) lamentou a morte dos quatro jovens e disse que determinou à Secretaria de Segurança Pública a imediata apuração do episódio.
“Já estamos prestando o apoio necessário ao município e ao prefeito Mendonça através da estrutura do Governo do Estado”, informou o governador, que decretou luto de três dias pelas mortes dos jovens. Ainda segundo o Governo da Bahia, a Secretaria de Educação do Estado enviou três psicólogos do Programa de Valorização à Saúde do Professor, para dar assistência à comunidade escolar em Heliópolis.
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou em nota que ligou para o prefeito e ofereceu o envio da equipe de especialistas em Psicologia das Emergências e Desastres, que compõem o núcleo de resposta e reconstrução de comunidades escolares após ataques de violência extrema.”Meus sentimentos aos familiares, amigos e comunidade escolar nesse momento de tamanha dor”, declarou.
Em nota, o Ministério Público do estado afirma que “está empenhado na apuração rigorosa das circunstâncias que envolvem este episódio trágico, em parceria com as forças policiais, buscando a coleta de provas e indícios para a completa elucidação dos fatos”.Outros casos
Em outros casos de violência em colégios neste ano, no mês de agosto um adolescente de 17 anos foi apreendido em Itanhaém, na Baixada Santista, sob suspeita de planejar um ataque contra uma escola. Com ele foram encontrados objetos de temática nazista, além de facas e um plano de ataque. O pai do garoto acabou preso. O caso foi alertado pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.
Em abril, um aluno de 16 anos atirou em um colega dentro e uma escola estadual em Igaci, no agreste alagoano. A vítima, de 15 anos, foi atingida por cinco tiros — na região cervical, tórax, abdômen, e nos dois braços. O jovem foi hospitalizado e sobreviveu. Em depoimento à polícia, o agressor afirmou que atirou contra o colega porque ele está namorando sua ex-namorada.
Em março, adolescente de 15 anos esfaqueou dois colegas e uma monitora no Centro de Ensino Fundamental São José, em São Sebastião, no Distrito Federal. Ninguém ficou ferido com gravidade. A motivação do crime não foi informada, mas o jovem estava dentro da sala, no início das aulas, quando se levantou e agrediu os colegas e a monitora. Ele foi contido e convencido a se entregar.