Delegada que se trancou em apartamento faz live e denuncia abusos: ‘Não vou mais viver nesse inferno’

Monah Zein fez uma série de denúncias de abusos que estaria sofrendo dentro da Polícia Civil (Reprodução/Redes sociais)

Durante uma transmissão ao vivo realizada na tarde dessa terça-feira (21), a delegada Monah Zein fez uma série de denúncias de abusos que estaria sofrendo dentro da Polícia Civil. A servidora está trancada no próprio apartamento, no bairro Ouro Preto, na Pampulha, há cerca de 24 horas.

Na live, Monah afirma que policiais chegaram na porta da casa dela por volta das 9h da manhã de ontem depois que ela avisou que não iria mais trabalhar. A delegada disse ter decidido que “não vai mais viver nesse inferno”.

“Ontem, após novamente começarem atos humilhantes, ‘assediatórios’, bizarros, ‘adoecedores’ contra mim, que eu ia voltar a trabalhar hoje, decidi que cansei, decidi que não vou mais viver um ano desse inferno, decidi que chega”, diz ela.

A delegada disse que já teria apresentado provas dos abusos sofridos por ela para a corregedoria da Polícia Civil, mas que a corporação estaria “se lixando”.

“Os colegas veem a gente adoecendo e estão se lixando. E outra: em nenhum momento eu dei a entender que eu ia tirar minha vida. Dei a entender que não ia voltar para aquele purgatório”, declarou.

‘Não fiz ameaça a ninguém’

Na visão da delgada, a polícia estaria tentando fazer com que ela passasse como “louca” e “desequilibrada”. Os agentes da corporação afirmam, que, desde ontem, tentam pegar a arma da servidora.

“Eles não querem me ajudar, querem fazer um cenário onde estou louca, doida, armada, perigosa, não existe isso (…) quatro homens armados com escudos, armas, fazendo essa palhaçada no meu prédio pra vir aqui tirar minha arma. Eu não fiz nenhuma ameaça pra ninguém, só avisei que não volto pra lá”, disse.

Em determinado momento do vídeo, Monah aparece com a arma em punho conversando com um dos policiais na porta. Ela pede que a equipe deixe o local. “Isso é um cenário fictício para me colocar como uma pessoa desequilibrada”, afirma a delegada, que assume que disparou seis vezes na escada de incêndio para afastar os agentes.

O que diz a Polícia Civil?

Em nota encaminhada à imprensa, a Polícia Civil disse que a delegada teria feito disparos com uma arma de fogo após se trancar dentro do apartamento. Não houve feridos.

“A situação segue sendo acompanhada pelas equipes de negociação da PCMG, com auxílio do Centro de Apoio Biopsicosocial da Polícia Civil, Corregedoria Geral de Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência”.

A corporação não se manifestou, contudo, a respeito das denúncias feitas pela delegada e nem explicou os motivos do afastamento dela da polícia.

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