A mulher que gravou um vídeo afirmando que caixões de cemitérios municipais de Belo Horizonte estavam sendo enterrados com pedras e madeira no lugar de corpos de vítimas do coronavírus pediu perdão nesta quarta-feira (6). Valdete Zanco, que é investigada pela Polícia Civil, foi localizada no Sul de Minas.
“Quero primeiramente dar bom dia para todos, agradecer à Polícia Civil, que está aqui. Quero pedir desculpa, perdão para o prefeito de BH, para o governador, o Estado de Minas Gerais e para as famílias que se sentiram entristecidas com aquilo. Quero, diante de todos, pedir desculpas e perdão, não era a minha intenção, eu não propaguei. Estou muito triste, sofri bastante com tudo isso que aconteceu e estou aqui para pedir desculpas e perdão”, disse.
Nesta manhã, o advogado de Valdete, Alexsander Ribeiro, conversou com a reportagem e afirmou que a cliente postou o vídeo no grupo da família.
“No dia 27 de abril, ela viu no Facebook uma publicação que tratava essa questão. No outro dia, no trabalho, um cliente chegou e começou a falar do mesmo assunto. Então, ela fez um juízo de que aquilo era verdade e gravou para o irmão, em um grupo de família com cerca de 15 pessoas, sem interesse político. São pessoas simples. Pessoas fora de Minas Gerais. Nós não sabemos como vazou para um grupo de canal no YouTube. Acredito que daí surgiu a denúncia e repercutiu isso tudo. Pessoas do convívio dela contaram que tinha viralizado”, explicou.
A mulher se apresentou, nessa terça-feira (5), em uma delegacia da cidade de Jacutinga. No entanto, o advogado não informou se a mulher mora na cidade. Nesta quarta, a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que a mulher prestou depoimento em Campanha, na mesma região, e teve o celular apreendido para exames periciais. Um inquérito foi aberto para apurar o caso.
“Ela é uma pessoa trabalhadora, se retratou. Pediu desculpas e perdão. É necessário fazer um juízo de valor. Quando a gente divulga uma notícia, precisa ter um certo cuidado, conhecimento técnico. Quando a gente não tem isso, o melhor é ficar calado. Em um momento tão difícil que o país vem passando, onde milhares de pessoas vêm sofrendo, a gente de maneira nenhuma deve se antecipar com aquilo que a gente escuta, vê e sente”, finalizou o advogado.
