A Arquidiocese de Belo Horizonte afastou, na quinta-feira (18), o padre Bernardino Batista dos Santos, de 73 anos, após receber denúncias de abusos sexuais contra crianças que teriam acontecido há 22 anos, enquanto ele era pároco da Igreja de Santa Luzia, no bairro Paraíso, na Região Leste de Belo Horizonte.
A Polícia Civil confirmou que também recebeu denúncia e a investigação está sob sigilo. “No momento, não será divulgada qualquer informação para não atrapalhar os trabalhos policiais”.
Na época, pelo menos três das vítimas tinham cerca de 8 anos de idade.
Uma delas é a advogada Caroline Rocha Freitas, hoje com 30 anos.
A vítima disse que a mãe dela questionou o padre, na época, que negou as acusações. Ela disse ainda que algumas pessoas desencorajaram a mãe dela a prosseguir com a denúncia. Carolina conseguiu acionar a Justiça só quando já era adulta.
Em nota, a Arquidiocese disse aque, “por norma canônica de cautela, e enquanto ocorrem as apurações, o padre deixa de exercer seu ofício pastoral, até que sejam concluídos os trabalhos da Comissão Arquidiocesana para a proteção de Crianças, Adolescentes e Vulneráveis e das instâncias competentes no caso”.
Falou também que, diante da denúncia, a Comissão Arquidiocesana para a proteção de Crianças, Adolescentes e Vulneráveis “imediatamente iniciou trabalho que busca ouvir as autoras desses relatos, um processo de apuração interno que deve caminhar paralelamente, e em colaboração, com o trabalho de instâncias judiciais”.
Segundo a Arquidiocese, esses trabalhos ocorrem em sigilo.
Advogada diz que há mais vítimas
Ana Carolina Campos Oliveira atua como advogada de três vítimas de abusos sexuais do padre. Segundo ela, “o número de vítimas só cresce”.
“Fui acionada pela vítima e ela trouxe um grupo de vítimas, o número de vítimas só cresce. A cada dia novas vítimas vão se apresentando e esse grupo vem ganhando número significativo”, disse.
Ela disse que não poderia detalhar mais a ação, por ela correr em segredo de Justiça.
“As autoridades policiais já foram acionadas, as investigações já se iniciaram, não posso tecer mais comentários a respeito porque correm sem segredo de Justiça. Mas não queremos que isso ocorra com outras mulheres”, disse.
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