Rebelião na penitenciária em Ribeirão das Neves termina sem mortes

Motim foi controlado na madrugada desta terça-feira (17); cerca de 1.200 detentos participaram do ato

Foto: Imagens divulgadas pelos presos.

A rebelião que tomou conta de três pavilhões da penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi encerrada na madrugada desta terça-feira (17), sem registro de mortos ou feridos. Segundo o comandante do 40º Batalhão da Polícia Militar (PM), tenente-coronel Evandro Borges, a situação, que começou no fim da tarde dessa segunda-feira (16), foi controlada por volta de 1h30 da manhã.

O motim envolveu cerca de 1.200 detentos. Eles não conseguiram sair das celas, mas atearam fogo em colchões para protestar contra as mudanças na direção do presídio. A retomada dos três pavilhões que se rebelaram foi feita pelo Corpo de Bombeiros, que apagou o fogo, e pelos agente do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) e do Comando de Operações Especiais (COPE). Segundo o tenente-coronel Borges, não foi necessária a atuação da PM, que deslocou cerca de 200 policiais para o local.

Para o comandante, o fato dos presos não conseguirem fugir evitou um cenário mais trágico. “Eles permaneceram detidos, sem tomar os prédios. Então botaram fogo nos colchões e jogaram nos pátios. Depredaram algumas celas, mas nada significativo”, detalhou. Ambulâncias do Serviço Médico de Atendimento de Urgência (Samu) foram chamadas, mas ficaram apenas de sobreaviso e estavam preparadas para atender eventuais intoxicações provocadas pela fumaça.

Do lado de fora do presídio, era possível ver nuvens de fumaça subindo e ouvir bombas de efeito moral enquanto os pavilhões eram retomados. Na portaria, familiares dos presos passaram momentos de angústia enquanto esperavam notícias sobre o andamento da operação.

 

Regalias

 

A troca de comando no presídio, apontada como estopim para a revolta, foi defendida pelo secretário adjunto de Estado de Administração Prisional, Robson Lucas da Silva. Segundo ele, a antiga gestão permitia “regalias” para os detentos.

“A partir de levantamentos do serviço interno da secretaria, onde constatamos irregularidades, foi necessária a substituição da direção como um todo. E com isso, os procedimentos de rotina voltaram a ser aplicados, como a entrada do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) nos pavilhões quando necessário”, afirmou.

“Os que perderam algumas mordomias, se organizaram internamente e iniciaram esse motim”, afirmou. A tentativa de derrubar a nova direção, no entanto, saiu pela culatra, segundo o subsecretário. “Apoiamos incondicionalmente o novo diretor Rodrigo Machado, que é uma pessoa séria. Estamos satisfeitos com o fim das regalias ilegais que favoreciam os presos”, afirmou.

A expectativa agora é que os líderes da rebelião sejam transferidos para outros presídios nos próximos dias.

VIARedação
FONTEO Tempo
COMPARTILHAR

SEM COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA