PCMG prende motorista de aplicativo suspeito de aplicar mais de R$ 50 mil em golpes em Betim

Divulgação/PCMG

Nesta terça-feira (12/1), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) cumpriu mandado de prisão preventiva de um homem, de 39 anos, investigado por aplicar vários golpes, a maior parte contra idosos, se apresentando como motorista de aplicativo de transporte. Ele foi localizado em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Segundo apurado, o suspeito vitimou, pelo menos, 15 pessoas, gerando um prejuízo estimado superior a R$ 50 mil.

As investigações, realizadas pela Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor (Decon), começaram em outubro do ano passado, a partir de um registro de ocorrência realizado na unidade. De acordo com a delegada Danúbia Helena Soares Quadros, após diversas apurações, a equipe chegou à identificação do suspeito, bem como levantou que ele utilizava um veículo alugado e teria adquirido a máquina de cartão usada na prática do crime. “Em 3 de dezembro representamos à Justiça pela prisão do investigado. O mandado foi aportado na Decon ontem (11/1) e, tão logo, demos o cumprimento”, informa. O carro e o equipamento foram apreendidos na ação policial de hoje.

Segundo a delegada, ao abordar as vítimas, o investigado argumentava que havia acabado de cancelar uma corrida e se oferecia a realizar o transporte fora do sistema do aplicativo, no valor já consultado pelo interessado no app. No entanto, foi colada uma fita em parte da tela da máquina, de forma a impossibilitar a conferência do valor pelo usuário. Conforme as ocorrências já registradas, houve cobranças de R$ 700 a até mais de R$ 5 mil.


Danúbia Quadros informa que, ao ser questionado sobre a dificuldade de conferência do valor ou quando era proposta outra forma de pagamento, o motorista mudava de postura. “Nessa hora, ele intimidava as vítimas. Muitas delas relataram que queriam pagar em espécie, pois não estavam enxergando o valor, e ele dizia que não aceitava dinheiro, falava de forma mais ríspida. Vários idosos ficaram com medo e digitaram a senha sem ver o quanto era cobrado. Ele usou da vulnerabilidade e boa-fé delas”, conta.

Outros casos

O trabalho investigativo aponta que o suspeito atuava na capital e em cidades da RMBH. Em geral, as vítimas eram abordadas em rodoviária, hospitais e clínicas médicas. A delegada acrescenta que, anteriormente, em maio de 2020, o homem já havia praticado o golpe utilizando um táxi. Segundo apurado, ele é cadastrado como taxista em Belo Horizonte e não chegou a se cadastrar no aplicativo que se identificava como prestador de serviço.


Para Danúbia Quadros, há possibilidade de novos casos envolvendo o suspeito, inclusive de vítimas que ainda nem tenham percebido ter caído no golpe, por não possuir o hábito de conferir extrato bancário com frequência. “Orientamos que de forma alguma seja aceita corrida fora do aplicativo, seja ele qual for. As vítimas que foram lesionadas e eventualmente não tenham registrado ocorrência podem procurar a Decon ou a delegacia mais próxima”, informa.

Além do inquérito policial que investiga a prática de estelionato, o suspeito tem registros policiais de tráfico de drogas, crime patrimonial e violência doméstica. Ele foi encaminhado ao sistema prisional, ficando à disposição da Justiça. As investigações prosseguem para apurar se há o envolvimento de outras pessoas no esquema criminoso.

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