Tremor em Sete Lagoas: busca por seguros residenciais aumenta

Para professor da UFMG, região deve enfrentar novos abalos, apesar de não poder afirmar quando isso deve ocorrer

Morador mostra estragos após tremor e terra na cidade
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Os sustos causados pelos tremores e fortes abalos registrados em Sete Lagoas, a 70 quilômetros de Belo Horizonte, seguem causando desdobramentos em diferentes áreas. Corretores de seguros da cidade perceberam que, após os acontecimentos, houve um aumento na procura por seguros residênciais.

A corretora Viviane Stael disse que, à época dos acontecimentos, realizou “trocas de janelas e portas através do seguro”.

Laís Pereira Araújo afirmou que o contrato do seguro foi motivado por diversas situações, mas que a decisão final foi tomada após os abalos.

“O bairro é um dos mais afetados. Notei pequenas rachaduras no gesso da minha casa, que surgiram na mesma época, mas não posso afirmar com certeza que foram consequência deles (tremores)”, afirmou Laís, que indicou que a segurança em relação a assaltos e outros benefícios também pesaram favoravelmente.

Já acostumado a contratar seguros, Silas Calazans conta que “como tenho seguro dos meus veículos, achei interessante ter também o seguro residencial”, que garante assistência em reparos e proteção contra danos da natureza.

Tremores

O professor Allaoua Saadi, do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) descarta qualquer consequência mais grave relacionada aos tremores: “Eles estão assustados à toa. Não é grave”, afirma.

“É normal que isso ocorra se há movimentos de crosta terrestre e eles geram liberação de tensões. Com isso, a energia acaba espalhando ondas que abalam o que se encontra em cima da crosta”, afirma o especialista.

Para Saadi, a característica do relevo em Sete Lagoas propicia abalos de magnitude leve: “Sete Lagoas tem mais ou menos a mesma situação que Montes Claros neste ano. Fica próxima à Serrado Espinhaço e também perto ao que chamamos de zona de sutura tectônica. Quando a serra se formou, um bloco de crosta se bateu contra o outro. A formação da Serra do Espinhaço deixou estruturas mais fragilizadas, como um osso de alguém que já sofreu fratura e quebra de novo. É como se fosse uma ferida mal suturada”.

Para o professor, é quase certo que a cidade vai enfrentar novos terremotos: “Nunca vamos saber se novos terremotos vão ocorrer amanhã ou depois de amanhã. Mas que vai ter de novo, vai ter. Podem haver mais fracos, como os que ocorrem todos os dias. Para ocorrer mais fortes, tem que ser uma grande quantidade de energia”.

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