Família do piloto envolvido no acidente de Marília Mendonça recebe relatório investigativo com alívio

Geraldo Martins de Medeiros pilotava o avião que caiu com a cantora Marília Mendonça — Foto: Reprodução/Instagram

A família do piloto Geraldo Medeiros recebe com alívio os resultados do relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB), que investigou o acidente aéreo que matou a cantora Marília Mendonça em novembro de 2021.

Ex-esposa do aviador, Euda Dias, de 44 anos, participou nesta segunda-feira (15) de uma reunião com representantes do Cenipa. Geraldo tinha mais de 16 mil horas de voo e era considerado um piloto experiente. “Eles falaram que não existia nada que proibisse o piloto de escolher uma rota mais confortável para os passageiros. Foi o que ele [Geraldo] fez”, afirmou.

A declaração se deve ao fato de o piloto ter feito uma rota alternativa à usual para pousos no aeroporto de Caratinga. A Polícia Civil de Minas Gerais afirmou, em novembro do ano passado, que a aeronave não “seguiu o padrão de pouso” e se “afastou muito” do local recomendado. Durante o voo, o avião bateu em um cabo de uma torre de distribuição da Cemig e caiu.

O relatório do Cenipa indica que “houve uma avaliação inadequada acerca de parâmetros da operação da aeronave, uma vez que a perna do vento [trajetória de voo percorrida durante o procedimento de pouso] foi alongada em uma distância significativamente maior do que aquela esperada”, diz trecho do documento.

Segundo o Cenipa, o piloto pode ter se distanciado do aeroporto para fazer um pouso com mais conforto para os passageiros. “Ele pode ter optado por alongar a perna do vento a fim de buscar uma aproximação final mais longa, a qual tende a ser mais confortável”, diz trecho do documento.

Segundo Euda, “falta de sinalização e ausência de regulamentação” causaram o acidente. “Eles [do Cenipa] falaram que o Geraldo estava fazendo um voo visual [quando o piloto tem completa visualização do que está do lado de fora do avião e se orienta por referências visuais externas]. E os fios da rede de transmissão não estavam visíveis aos olhos humanos”, comentou.

“A gente fala que ele parecia um anjo que optou por ser um piloto para ficar um pouco mais perto do céu. Ele morreu fazendo o que mais amava e tentando fazer com excelência”, completou Euda.

Acidente Marília Mendonça

A cantora, compositora e instrumentista goiana, que ficou conhecida como a “Rainha da Sofrência”, tinha apenas 26 anos e estava no auge da carreira quando o avião em que estava caiu a cerca de três quilômetros do aeroporto de Caratinga, no interior de Minas, onde estava previsto o desembarque. Além de Marília, morreram todas as quatros pessoas que estavam no avião: o produtor Henrique Ribeiro, o tio e assessor da cantora Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Martins de Medeiros e o copiloto da aeronave Tarciso Pessoa Viana.

Um ano após as mortes da cantora e de outras quatro pessoas, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) afirmou para reportagem de O TEMPO que a investigação do acidente só deveria ser concluída no primeiro trimestre de 2023. Na ocasião, a informação foi confirmada à reportagem por uma fonte diretamente ligada ao inquérito, que é conduzido pela Polícia Civil de Caratinga, na região do Rio Doce.

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