O mês de outubro marca o início do período chuvoso, passando pelas estações da primavera e do verão, findando no mês de março. Nessa época do ano observamos os maiores volumes de precipitações no território mineiro, sendo mais crítico os meses de novembro a janeiro. Nesse contexto de chuvas intensas e prolongadas é que ocorrem os principais efeitos dos desastres, gerando perdas humanas e materiais.
Neste período 2023/2024, o fenômeno do El Niño, que provoca alterações na temperatura e na umidade do ar, também contribui para a ocorrência de eventos climáticos extremos, como tempestades e granizo.
Os processos de urbanização em Minas Gerais, que incluem a construção de bairros e cidades inteiras em taludes íngremes ou às margens de rios, fazem com que as ameaças e as vulnerabilidades caminhem juntas, colocando parte do Estado sob constante observação e atenção. Alagamentos, inundações, chuvas de granizo, vendavais e movimentos de massa, são exemplos de eventos climáticos que afetam diretamente os cenários mais suscetíveis ao desastre.
O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) tem um papel fundamental na gestão do risco de desastres durante o período chuvoso. O CBMMG desenvolve ações para a Redução do Risco de Desastres (RRD) atuando nas ações de prevenção, mitigação e preparação. São realizados monitoramentos operacionais e mapeamento de áreas de risco, além de treinamentos e capacitações para nivelar conhecimentos do público interno e externo sobre as formas de atuação, buscando fortalecer uma cultura de prevenção.
Nesse contexto, a 5ª Companhia Independente de Bombeiros Militar (5ª Cia Ind), sediada em Sete Lagoas, organizou diversas atividades com o intuito de se preparar para enfrentar as consequências danosas das chuvas . Foram realizados credenciamento de mergulho e treinamento de acionamento do plano de chamada para melhorar a capacidade de resposta. Em 21 de novembro de 2023, foi realizado o tradicional Workshop de Abertura do Período Chuvoso da Unidade. Para o evento, que contou com palestras voltadas para o aumento da resiliência municipal, foram convidados representantes das Coordenadorias Municipais de Defesa Civil dos 22 municípios da área de atuação da 5ª Cia Ind.
Também foram realizadas atividades simuladas nos municípios com maior incidência de desastres relativos ao período chuvoso. Em novembro, foram realizados simulados de mesa nos municípios de Jequitibá e Curvelo no dia 29 e no município de Matozinhos no dia 30. Nessas atividades, foram discutidas as ações a serem adotadas pelo sistema de proteção e defesa civil nos cenários de risco previstos nos Planos de Contingência municipais. No dia 09 de dezembro, foi organizado um treinamento para os Núcleos de Proteção e Defesa Civil, que contam com pessoas da comunidade interessadas em participar mais ativamente das ações de autoproteção. No Município de Sete Lagoas, foi realizado um simulado de fechamento de via no dia 15 de dezembro em um ponto de alagamento da cidade, com o intuito de treinar os envolvidos na resposta a esse tipo de evento e chamar a atenção da população para os riscos de transitar em vias tomadas pelas águas.
A 5ª Cia Ind também organizou campanhas de conscientização para informar e fomentar a autoproteção da população. Foram concedidas entrevistas nas rádios locais, nas quais foram divulgadas dicas de segurança e prevenção de caráter geral e específicas para o período de chuvas. Foram organizadas palestras de proteção e defesa civil em escolas voltadas não só para crianças, mas também para o público adolescente. As mídias sociais da Unidade também serviram de plataforma para a divulgação de alertas e dicas de segurança.
Nas palavras do Tenente Mateus Neves, Chefe do Núcleo da Alerta de Chuva da 5ª Cia Ind BM, “Infelizmente não podemos controlar as chuvas, mas podemos nos preparar para minimizar seus efeitos. Com uma preparação adequada, Noé conseguiu vencer um dilúvio”.
