Minas Gerais é o 4º Estado com mais furto ou roubo de cabos de telecomunicações

Somente no ano passado, 5,4 milhões de metros de cabos de telecom foram levados em todo o país — Foto: Fred Magno / O TEMPO

Minas Gerais é o quarto Estado que mais sofreu com o furto e roubo de cabos de telecomunicação em 2023. No total, foram 505.541 metros levados em ações criminosas — redução de 19% em relação a 2022 —, segundo a Conexis Brasil Digital, entidade que reúne as empresas do setor. O volume de cabos subtraídos em todo o país teve aumento de 15% — passando de 4,7 milhões de metros para 5,4 milhões. Os impactos são em diversas áreas e afetam diretamente os usuários.

Mesmo estando entre os cinco Estados com mais furtos de cabos de telecomunicação no país, a redução na prática criminosa em Minas Gerais se dá, segundo Aluízio Weber, coordenador de infraestrutura da Conexis Brasil Digital, à articulação realizada com o poder público. “Minas, Paraná e Rio de Janeiro vêm apresentando quedas e atribuímos isso ao trabalho das operadoras e da Conexis junto com as secretarias de segurança. Formamos grupos de trabalho que tem atuado diretamente nesta questão”.

Além da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MG), o grupo de trabalho encabeçado pela Conexis atua com as polícias Militar e Civil. “Fazemos levantamento de dados georreferenciados e identificamos as localidades com maior quantidade de furtos e repassamos para a área de inteligência para que sejam traçadas a melhor estratégia de combate ao crime”.  

Veja a relação dos cinco Estados com mais cabos de telecomunicação furtados/roubados em metros:

  • São Paulo – 1.450 milhão – alta de 40%
  • Paraná – 955 mil – queda de 6%
  • Bahia – 635.757 mil – alta de 166% 
  • Minas Gerais – 505.541 mil – queda de 19%
  • Rio Grande do Sul – 368.769 mil – alta de 20%

Punição 

Aluízio Weber destaca que para combater o crime de furto de cabos de telecomunicação é preciso a aprovação de projetos de lei que aumentem as penas. Logo, se faz necessária uma ação coordenada entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, em todos os níveis — federal, estadual e municipal. “Buscamos leis que tipificam, de forma mais adequada, o roubo e furto. Além de legislações que coíbam a receptação do material”, pondera. 

Muitos dos cabos furtados tem como principal atrativo o cobre, visto o valor praticado no mercado. Em Belo Horizonte, a prefeitura, por meio da BHTrans, fez a troca dos cabos de energia elétrica de alguns dos semáforos da cidade por fios sem atratividade comercial justamente para combater o furto de cabeamentos.

“As trocas ocorreram nos locais de maior índice de furtos. A PBH esclarece ainda que vários pontos na cidade não são alvo de furto, portanto, não justificando a despesa com a troca. Após o início dos trabalhos, até o momento, a substituição de cabos reduziu em cerca de 80% os furtos”, esclareceu o Executivo municipal em nota.

Impactos

A jornalista Paola Siman Carvalho, de 26 anos, trabalha em regime híbrido e, consequentemente, precisa utilizar o serviço de internet em casa. Ela comenta que várias vezes passou sufoco por conta dos furtos de cabos de telecomunicação na região do bairro JK, em Contagem, na Grande BH.

“O furto de cabos é muito complicado e traz um transtorno enorme. Fiquei três dias sem internet recentemente e tive que ir para a casa da minha irmã para conseguir trabalhar. Até cheguei a pensar uma vez que isso era problema de operadora e mudei, mas percebi que todas acabam sendo vítimas dos criminosos. Não tem como fugir”, afirma.

As ocorrências constantes fazem Paola ficar tensa quando tem que trabalhar de casa. “As ocorrências de furto de cabos ocasiona a interrupção da minha internet. Todo mundo é um pouco dependente da internet. É um serviço essencial. Por causa das ocorrências constantes, quando eu estou de home office, fico tensa com a possibilidade do serviço ser interrompido. Qualquer instabilidade é o suficiente para me deixar ansiosa, com medo do serviço parar totalmente e me deixar na mão”, pondera.

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