Suspeito de matar sargento da PM tinha mais de 20 passagens e já havia ameaçado policiais

Sargento Hebert Oliveira da Silva Polícia Militar morto BR-352 Onça de Pitangui 25-08-2024 — Foto: Reprodução/Redes Sociais

O suspeito de matar com um tiro no peito o sargento Hebert Oliveira da Silva, de 35 anos de idade, em Onça do Pitangui, região Centro-Oeste de Minas Gerais, tinha uma extensa ficha criminal com 27 passagens, entre elas roubos com gravidade, tráfico de drogas e ameaças, inclusive contra policiais.

Esse de 20 anos estaria no mundo do crime desde 2018, como informou a Polícia Militar de Minas Gerais na manhã desta segunda-feira (26). “Temos denúncias anônimas e boletins de ocorrência registrados contra ele por ameaçar a vida de policiais militares que já tinham realizado prisões anteriores. Ele estava espalhando que sabia onde o militar morava, e que o mataria”, revela a major Layla Brunela, porta-voz da Polícia Militar.

O outro suspeito, de 21 anos, tem dez boletins de ocorrência contra si, por crimes semelhantes. Segundo a PM, os dois homens atuam na região Centro-Oeste de Minas Gerais, com crimes registrados em cidades como Pará de Minas, Nova Serrana e Onça do Pitangui. 

Por causa desse histórico de crimes naquela região, os comparsas decidiram fugir para Belo Horizonte após, supostamente, matar o sargento. “Eles sabiam que se voltassem para a região de origem, teria chance maior de eles serem pegos. Então fugiram para cá para tentar disfarçar”, diz Layla Brunela.

“Muito humilde e ligado à família”

Hebert Oliveira da Silva, de 35 anos,  servia na cidade de Pará de Minas e voltava de Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, onde visitou a família. Ele seguia de volta para a cidade onde trabalhava, quando foi abordado pelos dois suspeitos, de 20 e 21 anos, em uma tentativa de roubo, que terminou com o policial baleado no peito e morto. A corporação descreve Hebert como uma pessoa ‘muito humilde’.

Porta-voz da Polícia Militar de Minas Gerais, a major Layla Brunela se emocionou ao lembrar de Hebert, que ela conheceu quando ele ainda estava iniciando na carreira de militar. “Hebert era muito simples. Eu fui professora dele no curso. Hoje de manhã acordei de com mensagens no grupo da turma dele. Família muito humilde, sempre que ele tinha disponibilidade, ele visitava os pais, as irmãs, era muito presente”, descreve Layla.

Também segundo a porta-voz da PMMG, no âmbito profissional, Hebert era “um policial espetacular”. “Extremamente disciplinado, muito elogiado. Militar de conduta irrevogável desde o curso de formação. É uma perda irreparável para a instituição”, lamenta. 

Hebert estava na PMMG desde 2014. Ele era solteiro e não tinha filhos. Ele deixa os pais e irmãos, que moram em Ribeirão das Neves, na Grande BH.

Dinâmica do crime

A Polícia Militar de Minas Gerais também detalhou como ocorreu a morte do sargento Hebert Oliveira da Silva. O militar voltava de moto para casa, em Pará de Minas – local onde ele servia – após visitar a família em Ribeirão das Neves quando, na cidade de Onça do Pitangui, região centro-oeste, foi abordado pelos dois suspeitos. Conforme o boletim de ocorrência, os supostos autores já haviam roubado uma moto em Pará de Minas, mas o veículo começou a apresentar defeitos, o que fez com que os homens tentassem roubar a moto conduzida pelo sargento Hebert.

“Eles atiram para cima, o que faz o policial se desequilibrar. Ele então também saca sua arma e efetua de dois a três tiros, enquanto o autor faz de dois a quatro tiros.  O comparsa de é atingido na perna, enquanto o militar é atingido no peito”, relata a major Layla Brunela. 

O sargento chegou a ser socorrido por outros policiais para o hospital de Pitangui, mas não resistiu aos ferimentos. Após o crime, diz a PMMG, os autores fugiram para Onça do Pitangui, onde mora um dos autores. Eles então deixaram em um lote vago, perto da casa da mãe de um deles, a arma e a moto usadas no crime.

Na sequência, eles pegam o carro da mãe de um dos autores e vêm pra Belo Horizonte, junto com a mãe e a namorada de um dos suspeitos. Em seguida, segundo o boletim de ocorrência, eles contataram outro criminoso de BH e e pediram para se esconder na casa dele. O autor baleado vai para a UPA Noroeste é levado para a UPA Nordeste, onde os médicos chamaram chamou a PMMG. 

Quando os agentes chegam ao local, só o autor baleado estava no local, e confessou o crime. Ele foi baleado na perna, atendido e está fora de perigo. Ele está preso e à disposição da justiça.

Morte do suspeito dos tiros

Por meio de diligências, a Polícia Militar de Minas Gerais descobriu que o outro suspeito tinha fugido junto com a mãe e a namorada para um drive-in na avenida Presidente Antônio Carlos. No local, ele se trancou em um quarto para tentar se esconder.

“A Rotam foi ao local e tentou realizar a abordagem. Quando os policias chegam, a mãe e a namorada ficaram na porta do quarto, na frente das guarnições policiais, enquanto o autor tentou fugir pelos fundos. Ele foi localizado e abordado nas escadas do estabelecimento, perto de outro quarto. Ele recebe ordem para soltar a arma e se entregar, mas não obedece e aponta a arma para os policiais. Eles então revidam a essa injusta agressão com tiros. Ele é alvejado e socorrido para o hospital João XXIII, mas vem a óbito”, explica a major Layla Brunela.

Os policiais envolvidos na abordagem ao suspeito no drive-in tiveram as armas recolhidas e já estão sendo submetidos aos procedimentos de polícia judiciária. Também de acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais, a mãe e a namorada do suspeito foram conduzidas como testemunhas. O boletim de ocorrência da Rotam ainda está em confecção.

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