PCMG confirma uso de drogas por motorista envolvido em acidente na BR-116: ‘Não temos dúvidas’

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Bloco de concreto seria uma das causas do acidente Foto: Divulgação / Corpo de Bombeiros

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) afirmou que, com o término da investigação do acidente registrado na BR-116, em Teófilo Otoni, em dezembro do ano passado, não há dúvidas de que o motorista do caminhão havia feito uso de drogas. A declaração foi dada em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (26 de fevereiro) em resposta à defesa do indiciado, que alegou que um exame realizado em um laboratório renomado de Belo Horizonte havia dado resultado negativo. O acidente resultou na morte de 39 pessoas que estavam em um ônibus.

“O laudo toxicológico passou pelo nosso estudo, e a Polícia Civil não tem dúvidas da presença de entorpecentes no investigado. Desde o início da investigação, nós desejávamos saber qual era o estado dele no momento do acidente e descobrimos que não era dos melhores”, afirmou o delegado Amaury Albuquerque.

O perito criminal Felipe Dapiev explicou a razão do resultado divergente. “As análises toxicológicas foram feitas em matrizes diferentes. A de urina [feita pela Polícia Civil] difere da de cabelo e pelo [feita pela defesa]. Nós tivemos suporte da Universidade de Campinas e chegamos a resultados robustos que auxiliaram na prisão do autor”, destacou.  

A instituição também ressaltou que não teve acesso aos exames realizados pela defesa do motorista, que foi indiciado pelos crimes de homicídio, lesão corporal grave e leve, além de dois crimes de trânsito: fuga do local e omissão de socorro.

Defesa nega uso de drogas 

Os advogados de defesa do caminhoneiro contestaram o resultados dos exames realizados pela Polícia Civil, que indicaram uso de ecstasy, cocaína e álcool antes da batida. A versão dos advogados é baseada no resultado de exames toxicológicos particulares realizados no dia 21 de janeiro, um mês após o acidente, e apresentados em 10 de fevereiro à imprensa. 

Segundo a equipe de defesa, um exame toxicológico particular foi contratado após a prisão e coletado ainda na delegacia. No dia 31 de janeiro, o laboratório solicitou novas amostras, novamente cedidas pelo suspeito. Os testes foram analisados com amostras de pelo, que tem janela de detecção de substâncias usadas há até 180 dias. O laudo divulgado pelo laboratório deu negativo para presença de cocaína, ecstasy, anfetaminas, maconha e heroína. 

Para os advogados, o exame feito por amostra de urina, método usado pela PCMG, é considerado “fraco”. “A Polícia Civil fez a coleta do exame de urina no dia do depoimento dele (dois dias após o acidente). Mas, segundo a decisão judicial, o exame foi feito no dia 18 de janeiro, dois dias antes da prisão dele. Esse resultado supostamente positivo nos pegou de surpresa. O exame de urina é fraco, o de pelo que fizemos é mais forte”, afirmou o advogado Raony Scheffer. 

A reportagem entrou em contato com o advogado sobre o indiciamento do caminhoneiro e aguarda retorno.

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