Alguns moradores de Matozinhos relataram terem sentido mais um tremor de terra na noite desta terça-feira (10). O suposto abalo sísmico foi sentido nos bairros Vista Alegre, Conjunto Vitalino, Araçás, São Cristóvão e Cruzeiro. Apesar dos relatos, os observatórios sismológicos da UnB e da USP não registraram os tremores.
De acordo com uma moradora do bairro São Cristóvão, o tremor sentido em sua residência foi muito forte. “Foi muito barulho. Cheguei a olhar na direção da Lafarge para ver era alguma operação na empresa”, disse.
Outros internautas relataram que o barulho, ocorrido às 19h30, foi parecido com um trovão.
Reincidência – Apesar dos constantes sustos, os abalos sísmicos são cada vez mais frequentes na região entre Matozinhos e Sete Lagoas. O problema vem se repetindo desde o final de Março, quando ocorreu o primeiro tremor durante a madrugada.
Possíveis causas
A ocorrência dos sismos teria como causa uma falha geológica, de acordo com o professor Lucas Vieira Barros, do Obsis. Mas são necessários estudos para confirmar os motivos. Ele disse que ao longo dos anos já foram registrados diversos abalos em municípios do entorno da capital, como Pedro Leopoldo, Nova Lima e Betim. Na região, segundo o especialista, sempre ocorreram tremores de menor magnitude – normalmente 3 graus. “Mas abalos de 3,7, como o de hoje (ontem), também podem ocorrer com certa frequência”, diz. Ele afirmou que os tremores na região são resultantes de ações tectônicas provenientes do interior da Terra. “Isso indica a existência de uma zona de fraqueza ou de falha geológica na região, que precisa ser investigada”, alertou. Acrescentou não ser possível prever se outros tremores de maior intensidade ocorrerão ou não, mas garantiu que no Brasil não há terremotos acima de 5 graus.
O técnico do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) João Roberto Barbosa acredita que a falha geológica não esteja localizada em Esmeraldas ou Betim, especificamente, uma vez que os eventos são esporádicos. Ele se recorda que no início da década de 1990 houve pequenos tremores em Betim. “Seria necessário que as pessoas ouvissem mais barulho ou sentissem mais vibrações e, a partir daí, poderíamos fazer um trabalho com aparelhos na região. Isso possibilitaria fazer um estudo e saber se há uma pequena falha e se o tremor é produto dela, além do tamanho e de sua orientação.”
Com Por Dentro de Tudo