O registro na certidão de nascimento diz dia 10, mas Lica afirma que nasceu mesmo no dia 16 de agosto de 1911. Batizada Maria Marques de Figueiredo, a mineira de Cordisburgo, cidade do escritor Guimarães Rosa, na Região Central de Minas Gerais, completou 107 anos nesta quinta-feira (16).
“A gente celebrou com salgadinhos e ela recebeu visitas, mas a festa mesmo vai ser no fim do mês quando toda a família estará reunida”, disse Valdênia Figueiredo, filha da dona Lica.
De acordo com ela, o segredo da longevidade da mãe é manter a tranquilidade e não ter medo de nada. “Com ela tudo pode. Até misturar manga com leite. Não tem problema nenhum”, contou Valdênia.
Lica nasceu em uma fazenda. Teve 23 irmãos, frutos dos dois casamentos do pai, Virgílio Marques da Silva. Teve que cuidar de muita gente ainda jovem e por causa disso tinha medo de se casar. “Ela se casou tarde com o meu pai. Aos 45 anos. Ele era viúvo e ela ajudou a criar uma filha dele. Ela também tem cinco netos e duas bisnetas”, disse Valdênia.
Religiosa, Lica sempre vai à missa e até gravou um vídeo com uma oração que fez na Semana Santa.
Mesmo com mais de 100 anos, ela lê jornais, revistas e livros. “Se tiver coisa escrita no pé de mesa, ela está lendo”, brincou a filha.
Além de tranquila, dona Lica não está parada no tempo. “Ela acompanha as novidades. A evolução das coisas. Até nos namoros”, contou Valdênia.
A mineira gosta de ficar no alpendre de casa vendo o movimento da rua. “Ela conversa com todo mundo. Com os vizinhos, os turistas. Dá notícia de tudo”, disse a filha.
Lica também não dispensa uma taça de vinho de vez em quando. “Até uma cervejinha ela toma. Come de tudo. Sempre teve uma vida tranquila. Acho que o segredo é esse”, falou Valdênia.