Pesquisa mostra queda na renda dos brasileiros durante a pandemia


(imagem em anexo >>> Pixabay)

De acordo com uma recente pesquisa sobre a situação financeira dos brasileiros durante a pandemia do Covid-19, constatou-se que 63,93% da população perdeu renda em consequência da crise sanitária. O estudo foi feito pela Centro de Pesquisas Financeiras (FGVcef), da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP), em conjunto com a Toluna, empresa de pesquisa online sobre o mercado consumidor.

O levantamento, totalmente virtual, foi coordenado pelos professores da FGV, William Eid e Claudia Yoshinaga. Foram entrevistadas 806 pessoas maiores de 18 anos, com renda variando entre R $ 2.005 a mais de R $ 11.262. Destas, 45% eram homens e 55% mulheres, de todas as regiões do País. O objetivo principal da pesquisa foi detectar as alterações no padrão financeiro provocadas pela atual crise desencadeada pela pandemia.

Entre as respostas, cerca de 40% dos entrevistados disseram perder entre 10% e 30% da renda, enquanto 2,61% afirmou ter perdido totalmente seus ganhos. O levantamento mostrou que os brasileiros que não tiveram suas rendas afetadas pela pandemia trabalham com carteira assinada, são aposentados ou servidores públicos.

Foi constatado também que as pessoas mais pobres, que representaram 15% dos entrevistados, foram as que mais perderam renda, chegando a uma porcentagem de queda entre 51% e 70% em relação aos seus ganhos anteriores. O grupo com renda mais elevada mostro-se menos afetado em suas rendas.

Queda nos investimentos

O estudo constatou também que uma grande parcela dos brasileiros (42%) precisou mexer nos seus investimentos durante a crise econômica gerada pela Covid-19. Por outro lado, isso resultou em um maior controle para não assumir novas dívidas.

De fato, a maioria dos entrevistados (56%) não contraiu nenhum gasto extra neste período. Entre os 44% de brasileiros cujas dívidas aumentaram, o motivo foi justificado pelos compromissos já existentes. Novamente os indivíduos com rendas mais baixas sofreram com endividamento crescente, enquanto os mais bem remunerados foram os menos abalados.

Em relação aos investimentos afetados pela crise, a caderneta de poupança foi a mais citada pelos entrevistados. Cerca de 60% das pessoas precisaram recorrer ao dinheiro desse investimento de baixo risco para cobrir seus gastos. Já outros 15% negociaram títulos do tesouro, 12% fizeram transações com certificados de depósito, títulos imobiliários ou agrícolas, e 8% venderam suas ações.

Para a maioria das pessoas (60%) foi mais importante manter as despesas pagas do que pensar em manter os investimentos. Outros entrevistados (21%) responderam que o motivo pelo qual se desfizeram das aplicações financeiras foi a ajuda a familiares. Uma parcela menor, de 5,2%, disse que mexeu nos seus investimentos porque os resultados cairam. Ao contrário, 4% dos entrevistados disseram que negociaram melhor suas aplicações como oportunidade de ganhar mais durante a crise.

Boa parte dos entrevistados (cerca de 55%) disse ter conhecimento de finanças. Outros 43% revelaram que começaram a se interessar bastante neste período de crise. Já 2,4% confessaram não entender nada sobre dinheiro, dívida ou investimento.

Neste cenário de incertezas, medidas como contenção de gastos e acordos para manutenção de empregos fazem parte da nova realidade. Portanto, falar de educação financeira tornou-se tão importante para a população nos últimos meses, e esse aprendizado poderá ser fundamental para o futuro.

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