“A gente estava saindo da Floricultura [casa noturna], quase chegando no carro, quando a BMW bateu nela e fugiu. Eu estava de costas, escutei um barulhão, achei que eram dois carros batendo, mas, quando olhei, cadê ela?”, contou a assistente de faturamento Michelle Gonçalves.
Ainda segundo a amiga da vítima, após ser atingida pela BMW, Cássia foi arremessada contra outro veículo que estava estacionado e ficou danificado com o impacto.
Michelle disse que, por coincidência, havia três enfermeiros no local, que tentaram socorrer a vítima. Mas ela não resistiu e, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a morte foi confirmada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Segundo a PM, outra testemunha do atropelamento foi enfática em dizer que o carro envolvido no acidente era uma BMW azul e que o veículo tinha ficado com danos na lateral direita do capô e do para-brisas.
Enquanto os militares faziam o atendimento ao acidente, um condutor de carro com características semelhantes parou na base da PM da Praça Diogo de Vasconcelos, na Savassi. Segundo o boletim de ocorrência, o advogado Daniel Leão, de 24 anos, estava bastante nervoso, com falava desconexa e com sinais de embriaguez.
Segundo a PM, o motorista disse que havia sido ameaçado e agredido por flanelinhas na Rua Fernandes Tourinho, também na Savassi. Depois disso, militares foram ao local em busca de suspeitos.
Entretanto, ao chegarem na Rua Fernandes Tourinho, policiais foram informados por flanelinhas que, pouco antes, havia três homens próximos a uma BMW, bastante nervosos e conversando sobre um atropelamento.
Diante dessas informações, os militares constataram pela central da corporação que uma BMW havia se envolvido em um acidente na Raja Gabaglia.
Segundo o boletim de ocorrência , depois disso, o perito, que já havia feito os trabalhos no local do atropelamento, deslocou-se à Praça Diogo de Vasconcelos.
Lá, ele constatou que os danos do carro condiziam aos descritos pela testemunha do acidente e que o veículo estava sem uma das palhetas do para-brisa. Segundo o registro da PM, uma palheta semelhante à que restava no carro havia sido achada perto do atropelamento.
Ao ser questionado se havia ingerido bebida alcóolica, o motorista negou. Entretanto, ele foi submetido ao teste do bafômetro, que deu positivo. Dentro do carro, foi encontrada uma garrafa de vodca. Segundo a PM, a habilitação do motorista também estava vencida há mais de 30 dias.
Por causa das suspeitas, foi dada voz de prisão ao condutor, e o carro foi apreendido.
A Polícia Civil afirmou que, após o acidente, o motorista foi conduzido à delegacia e que a ocorrência foi encaminhada à Central Estadual de Plantão Digital, onde ele será ouvido.
O reportagem questionou se a prisão do motorista será confirmada pelo delegado, mas o questionamento não havia sido respondido até as 10h15.