A possibilidade de chegar à elite do futebol mineiro serve como incentivo para os clubes do interior de Minas Gerais, que a partir do dia 29 de julho começam a disputar a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. Mas, para realizar o sonho, esses times terão que superar a missão de driblar as dificuldades financeiras e estruturais para montar um elenco capaz de buscar uma das duas vagas no Módulo II.
Com exceção do Atlético B, que tem mais estrutura e é considerado o principal candidato ao título, Internacional de Uberlândia, Betis de Ouro Branco, Coimbra de Nova Lima, Democrata de Sete Lagoas, Ipatinga, Poços de Caldas, Ponte Nova e União Luziense, de Santa Luzia, terão de fazer um grande esforço para garantir um lugar ao sol na competição estadual, que neste ano será disputada com atletas sub-23.
A Segunda Divisão terá a participação de clubes tradicionais do futebol mineiro, como o Democrata-SL e o Ipatinga. A novidade é o Betis, que disputa a competição pela primeira vez em sua história. O clube competiu nas categorias sub-15 e sub-17 do Campeonato Mineiro e se caracteriza por desenvolver um projeto social que incentiva a prática esportiva na cidade. “Estamos fechando o grupo, mas nossa proposta é contar com 80% dos jogadores vindos da base”, destacou o diretor do clube, Lucas Baresi.
Disputando a competição pela segunda vez, o União Luziense ainda busca patrocinadores para manter a equipe em atividade. O representante da cidade de Santa Luzia tem no elenco muitos atletas com idade sub-20. “Infelizmente, não contamos com a ajuda da Federação Mineira de Futebol, mas conseguimos sobreviver com nossas próprias pernas. Acreditamos muito neste trabalho, e, como uma vaga (no Módulo II)já tem dono (Atlético B), a outra será nossa”, destacou o diretor de futebol do Luziense, Ronaldo Amâncio de Almeida.
Recomeço. Campeão mineiro em 2005, quando bateu o Cruzeiro na decisão, o Ipatinga entra na competição tentando mostrar que tem força para retornar à elite estadual. O Tigre, que fora das quatro linhas ainda trabalha para superar dívidas trabalhistas que giram em torno de R$ 8 milhões, aposta no apoio de empresários da região do Vale do Aço para fazer uma boa campanha.
“Estamos trabalhando com o pé no chão, com muito planejamento e estrutura. Nossa intenção é dar plenas condições de trabalho para os atletas. Não podemos errar neste ano, e o investimento que estamos fazendo é para subir”, afirmou o presidente do Ipatinga, Cristiano Araújo.
CAMISA DE PESO
Democrata espera reviver bons tempos
Conhecido por revelar jogadores como Marcos Rocha, Bernard, Jemerson e João Carlos, o Democrata-SL espera voltar a reviver seus tempos áureos no futebol mineiro. “Fazer futebol no interior é complicado, mas acreditamos nesse grupo para buscar o acesso”, destacou o presidente do Jacaré, Gustavo Miranda.
A equipe de Sete Lagoas espera ter um gasto em torno de R$ 600 mil para disputar a Segunda Divisão, e mesmo passando por dificuldades para quitar dívidas trabalhistas, que estariam girando em torno de R$ 2,8 milhões, não perde a confiança. “O Democrata é o maior patrimônio da cidade, e estamos buscando alternativas para fazer uma grande campanha”, afirmou o dirigente. (AA)
CONFIANÇA
Equipe de Santa Luzia está animada
Representante da cidade de Santa Luzia, o União Luziense é um dos clubes que vão disputar a Segunda Divisão e que, apesar das dificuldades financeiras, conseguem se manter em atividade com as próprias pernas.
“Estamos atrás de patrocínio e já temos algumas promessas nesse sentido. Mas nem por isso desanimamos, e acreditamos que podemos fazer uma boa campanha e subir para o Módulo II”, afirmou o diretor de futebol do clube, Ronaldo Amâncio de Almeida. Com 70% do grupo definido, o União Luziense conta, na maioria, com atletas sub-23. “Mas traremos uns cinco medalhões”, afirmou o dirigente. (AA)
POLÊMICA
Time B do Galo gera discórdia
Principal atração da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro, o Atlético B não contou com a aprovação dos outros oito clubes que vão disputar a competição. O principal argumento é que o alvinegro dispõe de mais recursos financeiros e, por isso, leva vantagem sobre os outros participantes.
“Infelizmente, o Atlético vai disputar a competição, e isso vai dificultar ainda mais para a gente. É muito complicado concorrer com a estrutura e os recursos financeiros do adversário”, declarou o presidente do Democrata-SL, Gustavo Miranda.
Pelo regulamento da Fifa, um clube poderá ter sua equipe B disputando até uma divisão abaixo do time A. Ou seja, se o Atlético garantir classificação para o Módulo II no ano que vem, terá autorização para disputar a competição, mas não poderá, sendo campeão, subir à elite estadual em 2019.
O objetivo do Atlético ao disputar a Segunda Divisão do Mineiro é dar experiência de competição oficial aos atletas das categorias de base e aos jogadores que subiram para o time principal, mas que não têm chance de atuar por causa da grande concorrência no grupo profissional. São os casos do zagueiro Matheus Mancini, do lateral-esquerdo Leonan, dos volantes Ralph Yago e Cícero, dos zagueiros Rodrigão e Jesiel e dos meias Thalis e Capixaba. (AA)