O juiz da 2ª Vara Criminal, Dr. Flávio Barros Moreira, aplicou a maior pena da história de Sete Lagoas aos assassinos do sargento da Polícia Militar Vanderly Geraldo Reis, foi vítima de latrocínio – roubo seguido de morte – na frente da esposa e do filho.
O crime causou, muita indignação e revolta mas houve uma resposta rápida à sociedade, com prisão dos assassinos.
No julgamento ocorrido na última terça-feira (23) não se comprovou a participação de Viviane da Silva, que já estava em liberdade condicional, e ela foi absolvida.
Bruno César Lopes também não foi indiciado no latrocínio, mas foi julgado por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, clonagem de veículo, posse de droga e formação de quadrilha, pegando uma pena de 6 anos de reclusão e cinco meses de detenção. Ele já está solto e poderá recorrer em liberdade. Já Sílvio Ferreira dos Santos, o “Ju Capeta”; Felipe Augusto Rodrigues Silva, o “Gordinho” e Thiago de Oliveira Vieira, o “Thiaguinho”, pegaram mais de 130 anos de cadeia.
O LATROCÍNIO – Por volta das 12h da quinta-feira (10 de março de 2016) o policial estava almoçando ao lado da esposa e do filho de dez anos quando chegou um entregador de água mineral. Na saída ele foi acompanhado pela esposa do militar até o portão e foram rendidos por dois indivíduos, armados com revólveres, e obrigados a retornar para dentro do imóvel. Nesse momento um dos autores se deparou com Vanderly, que estava fardado. Antes que o militar sacasse sua arma, o acusado entrou em luta corporal com o sargento e efetuou um disparo que atingiu a parede. Um segundo autor teria disparado contra a cabeça do policial, que caiu desfalecido.
Segundo testemunhas, nesse momento, Felipe Augusto Rodrigues da Silva, 18 anos, o “gordinho”, residente no bairro Catarina, retirou a arma do militar, uma pistola ponto 40 com carregador e 15 munições, e fugiram em seguida junto com os menores em um Renault Duster prata, placas NYG-1198, no sentido da BR 040.
O médico do SAMU João Bruno esteve no local e constatou o óbito do militar.
Perseguições e Prisões – Em seguida foi noticiado o latrocínio do policial militar, iniciou então uma grande operação em busca dos assassinos. Além da Policia Militar, que usou um helicóptero, a Policia Civil apoiou as buscas. Os três suspeitos foram identificados e apontados como autores de diversos assaltos em Sete Lagoas, além de homicídios. A Equipe de Inteligência da Policia Militar levantou que os suspeitos poderiam ter se juntado a outros crimes em Sete Lagoas e estariam nas proximidades da rua Artur José Rocha, bairro Savassi, em Ribeirão das Neves.
O local estava sendo monitorado quando a polícia se deparou com um Fiat Palio produto de roubo, com placas clonadas, ocupado por Bruno Cézar Lopes, 20 anos, do bairro Nova Cidade, que teria sacado um revólver calibre 38 para atirar contra os policiais que, para se defenderem, atiraram contra o suspeito, sem acertá-lo. Bruno tentou fugir após abandonar o carro, mas foi preso. Além da arma com numeração raspada e o carro roubado, foi apreendido uma porção de maconha.
QUADRILHA PRESA – Os policiais confirmaram o endereço de Bruno e cercaram dois imóveis suspeitos onde Thiago de Oliveira Vieira, o “Thiaguinho”, de 22 anos, do bairro Jardim Arizona, que portava uma arma de fogo, tentou fugir. Houve trocas de tiros e ele acabou preso. Na casa, dois menores de 17 anos, envolvidos no latrocínio do militar, Felipe Augusto Rodrigues Silva, o “Gordinho” do bairro Catarina e Sílvio Ferreira dos Santos, 31 anos, o “Ju Capeta”, do Santo Antônio, tentaram fugir pulando muros e telhados de várias casas, sendo todos perseguidos e presos. Na casa estava a amásia de “Ju Capeta”, Viviane da Silva, 29 anos.
Nas casas onde os suspeitos estavam foram apreendidos, além da pistola Ponto 40 tomada do policial, uma pistola calibre 380 suspeita de ser usada em vários assassinatos em Sete Lagoas, dois revólveres calibre 38 e um calibre 32 e diversas munições de calibres diversos, além de dezenas de placas de motos e carros roubados, televisores, home theater, circuladores de ar e outros objetos de procedência duvidosa e que segundo a amásia de “Ju Capeta” eram do “corre” do bando.
Bruno disse à polícia que um dos menores ligou para ele dizendo que houve desacerto durante o assalto em Sete Lagoas e que ele e os comparsas mataram um policial, pedindo para se esconder em Ribeirão das Neves. “Ju Capeta” disse que seu sobrinho relatou a mesma versão.
Depois de serem medicados em Ribeirão das Neves todos os suspeitos foram tragos para Sete Lagoas, onde os dois menores e Felipe Augusto Rodrigues Silva foram autuados pelo delegado Marco Antônio Rocha Ferreira por latrocínio – artigo 157, parágrafo 3º.
Bruno Cézar Lopes e Viviane da Silva foram autuados por porte ilegal de arma de fogo e formação de quadrilha. Silvio Ferreira dos Santos e Thiago de Oliveira Vieira, além de estarem com mandato de prisão em abertos decretados pela justiça de Sete Lagoas, foram autuados por formação de quadrilha e posse ilegal de arma de fogo.