Roubos caem pela primeira vez em seis anos, em Minas

Diminuição é de 4,6% no estado e alcança 13,8% na capital; 11 dos 12 índices monitorados, como homicídio e sequestro, também estão em queda nos quatro primeiros meses de 2017

Foto: Divulgação

Pela primeira vez em seis anos, as estatísticas de roubo em Minas Gerais e em Belo Horizonte apresentaram queda. Na comparação do período janeiro a abril de 2016 com 2017, a redução é de 4,6% no estado e de 13,8% na capital. Os dados (quadro abaixo) mostram, por exemplo, a diminuição de 2.055 ocorrências deste tipo de crime em Minas, em quatro meses.

Outros crimes contra o patrimônio como furto e extorsão mediante sequestro também apresentam expressiva queda, com destaque para a diminuição na casa dos 47% da extorsão mediante sequestro no estado no período janeiro a abril deste ano. A reversão na curva dos índices de roubo em Minas começou a acontecer em fevereiro de 2016, com a diminuição dos índices de crescimento, e foi modificada neste ano. Avaliando a variação alcançada na comparação dos roubos de abril do ano passado com este ano, de 15,7%, chega-se ao melhor percentual dos últimos 64 meses.

Dos 12 crimes violentos acompanhados mensalmente pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), por meio do Observatório de Segurança Pública Cidadã, há redução em 11 deles no estado, como o homicídio consumado e tentado, lesão corporal, sequestro e cárcere privado, entre outros. Apenas o estupro consumado de vulnerável apresenta aumento no período avaliado, como mostra o detalhamento abaixo.
Na capital, há queda em nove dos 12 crimes monitorados, com destaque para a redução de 44,4% dos registros de extorsão mediante sequestro, 37% dos sequestros e cárceres privados, 24,8% dos registros de homicídio tentado e 22,75% das vítimas de homicídio consumado. Crescem estupro de vulnerável consumado, como no estado, estupro de vulnerável tentado e lesão corporal.

A redução dos índices de criminalidade é resultado do trabalho do Governo de Minas Gerais nos últimos meses e da priorização das ações de segurança pública. São mais de 2.800 novos policiais militares nas ruas nos últimos meses, para atendimento ao cidadão, e mais mil novos investigadores da Polícia Civil.

O secretário adjunto da Sesp, Ailton Lacerda, também destaca as cerca de 1.400 novas viaturas colocadas à disposição das polícias Civil, Militar e do Corpo de Bombeiros desde 2015, assim como investimentos na digitalização da radiocomunicação da PM, como fatores que viabilizaram a queda nos dados. “Novos investimentos possibilitam o desempenho mais eficiente das instituições ao mesmo tempo em que também motivam as corporações”.

Produtividade policial

Como efeito, há números de produtividade policial do primeiro quadrimestre deste ano que chegam a 114.581 pessoas conduzidas, 8.137 armas apreendidas e 20.928 registros de ocorrências solucionadas pelas forças de segurança com apreensão de drogas. Os dados são do Observatório e levam em conta a integração das polícias Militar e Civil.

O comandante da Polícia Militar no Estado, Cel. Helbert Figueiró avalia o cenário dos índices neste ano. “A PM tem investido em operações focadas na prevenção dos crimes violentos, entre eles, o roubo, principalmente a transeunte em virtude do aumento do uso de aparelhos celulares, atrativo para os infratores. De janeiro a abril deste ano, as unidades da instituição em todo estado já realizaram quase 510 mil operações voltadas para inibir a criminalidade em geral. Só na capital foram cerca de 55 mil”.

Ele ainda ressaltou a Redes de Vizinhos e Comércios Protegidos e a aproximação da corporação com a comunidade, como ações que contribuem com os resultados alcançados, por incentivar a população a denunciar os infratores contumazes.

Homicídio

Importante indicador da violência, o número de vítimas de homicídio também está em queda de 4,3% no estado e 22,8% em Belo Horizonte. Dados do Observatório de Segurança Cidadã da Sesp mostram que, pelo interior, 73% dos municípios mineiros também não tiveram registro deste tipo de crime, mantiveram ou reduziram seus índices.

O superintendente de Investigação e Polícia Judiciária da Polícia Civil, delegado geral Márcio Lobato Rodrigues, salienta que a melhoria dos indicadores de homicídios e roubos aconteceu, principalmente, pela aplicação de recursos do Governo nestas áreas, em específico, que demandavam intervenções urgentes. A Polícia Militar também destaca o trabalho da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica em todo o estado na prevenção do homicídio, considerando o alto índice da motivação passional deste tipo de crime.

Já sobre o aumento dos estupros de vulneráveis, único tipo penal em aumento no estado neste quadrimestre, o superintendente da PC destaca que este é este crime tem espectro amplo, por contemplar desde uma situação ocorrida com uma criança ou pessoas com problemas psiquiátricos, até alguém que tenha ingerido bebida alcóolica ou drogas, por vontade própria ou inadvertidamente.

“Acreditamos ser um crescimento sazonal. Ao mesmo tempo, avaliamos que pessoas estão mais esclarecidas de seus direitos e, assim, buscam mais as polícias para relatarem situações como estas. Portanto, há a possibilidade de anteriormente haver subnotificação de casos”.

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