
Na contramão da grande maioria das cidades do Brasil que mantém o isolamento social, em Sete Lagoas o prefeito Duílio de Castro decretou, desde o último dia 1, um “afrouxamento” nas medidas preventivas para conter a proliferação do coronavírus. Enquanto a cidade de Niterói (RJ), por exemplo, fechou as fronteiras para moradores de outros locais, exceto para pessoas que trabalham em serviços essenciais, em Sete Lagoas borracharias, imobiliárias e despachantes foram alguns dos serviços considerados essenciais pelo chefe do Poder Executivo.
Desde que foi publicada a última determinação, o movimento nas ruas aumentou de forma considerável e o assunto, claro, foi o mais falado. Os serviços em salões de beleza, clínicas de estética e barbearias, em um primeiro momento, também foram incluídos na lista de “essenciais”, mas diante da repercussão o decreto foi atualizado e uma nova versão, publicada nesta quinta-feira (02), excluiu da lista os segmentos que cuidam da beleza.
Mesmo sem saber que não pode mais trabalhar, a cabeleireira Isabela Silva discordou que serviços de beleza sejam da categoria de primeira precisão. “Não tem necessidade de abrir alguns comércios, somente o que é necessário mesmo. Estou passando por problemas financeiros, mas nossa saúde vem em primeiro lugar”, entende ela que mantém o isolamento social.
Na mesma linha, o vendedor Antônio Fraga pensa que “alguma coisa tem que liberar mesmo, mas não tudo”. Incentivar o atendimento delivery é saída apontada pelo aposentado Luis Duarte para manter o comércio em atividade. “É relativo porque quando você abre o comércio você abre a circulação de pessoas. Dentro do contexto atual atender em domicílio seria o mais viável”, opina.
Em vídeo divulgado pelas redes sociais da prefeitura Duílio de Castro defendeu a decisão e disse que “temos uma situação sob controle” e que “nossa economia não pode ficar parada”. Autoridades de saúde de várias esferas avaliam como temerária a decisão porque com o maior movimento nas ruas os casos “podem explodir” de uma hora para outra.
Até o momento já são mais de 300 casos notificados em Sete Lagoas, de acordo com o último boletim divulgado pelo gabinete de gestão de crise instalado na cidade. A secretaria municipal de Saúde confirmou dois casos e aguarda resultados de exames para atualizar os números.
Veja o que pode funcionar com o novo decreto:
- Farmácias, drogarias e indústria de fármacos e de insumos correlatos;
- Fabricação, montagem e distribuição de materiais clínicos e hospitalares e
- comercialização de equipamento de proteção individual – EPI;
- Hipermercados, supermercados, mercados, açougues, peixarias, hortifrutigranjeiros,
- padarias, centros de abastecimento de alimentos, lojas de conveniência, de água
- mineral e de alimentos para animais;
- Produção, distribuição e comercialização de combustíveis e derivados;
- Distribuidoras de gás;
- Oficinas mecânicas, borracharias e fornecedores de peças automotivas;
- Restaurantes em pontos ou postos de paradas nas rodovias;
- Agências bancárias e similares;
- Cadeia industrial de alimentos;
- Atividades e cooperativas agrossilvipastoris e agroindustriais;
- Serviço relacionados à tecnologia da informação e de processamento de dados, tais
- como gestão, desenvolvimento, suporte e manutenção de hardware, software,
- hospedagem e conectividade;
- Fabricação e distribuição de materiais de construção civil, madeireira, marcenaria,
- vidraçaria, material elétrico, hidráulico e tinta;
- Setores industriais;
- Lavanderias;
- Assistência veterinária e pet shops;
- Transporte e entrega de cargas em geral;
- Comercialização de produtos para tratamento de água e desinfecção, como: cloro
- granulado, hipoclorito de sódio, ácidos, algicidas, clarificantes, produtos para limpeza de
- pisos, soda cáustica, saneantes em geral, filtros para água de piscinas;
- Velórios e funerárias;
- Estabelecimentos de assistência à saúde ou estabelecimentos prestadores de serviços de saúde.
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