
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que ajuizou uma ação civil pública (ACP) contra o prefeito de Ribeirão das Neves, Junynho Martins (PSC), por improbidade administrativa, por ter nomeado um servidor para cargo de confiança que, até então, era opositor da administração. A ação pede, em caráter liminar, a suspensão da portaria da nomeação, sob pena de multa de R$ 10 mil por dia. O pedido foi feito no dia 10 de junho e aguarda decisão da Justiça.
Segundo o órgão, Junynho nomeou o servidor público Gilberto José Pereira para um cargo comissionado na Secretaria Municipal de Segurança, Trânsito e Transportes, que tem como secretário, Leinilson Marcos Barbosa Alves.
De acordo com o MPMG, Gilberto era um “notável crítico” de Junynho e, pelas redes sociais, apontava inúmeras suspeitas de irregularidades com relação à administração do prefeito. Entre julho de 2017 e setembro de 2018, ele teria comparecido ao MP pelo menos oito vezes para denunciar tanto o secretário quanto o prefeito da cidade.
Mas, conforme a ACP, na mesma época em que Gilberto foi nomeado para o cargo comissionado, “Gilberto mudou radicalmente de opinião sobre a Administração dos demais requeridos, passando a publicar, quase que diariamente, propaganda institucional da Prefeitura de Ribeirão das Neves, propaganda pessoal de Moacir Martins da Costa Junior [Junynho] compartilhada de sua página pessoal e postagens próprias com comentários elogiosos”.
Ainda segundo o MPMG, Gilberto deixou o posto de “opositor ferrenho” do prefeito para se tornar “guardião publicitário” na rede social.
“Há que se destacar também que após sua nomeação, Gilberto não voltou a noticiar nenhuma outra ilicitude a esta Promotoria de Justiça, alterando o seu comportamento também nesse aspecto”, informou a ação da Promotoria.
O MPMG informou ainda que, por causa da nomeação, Gilberto que tinha uma remuneração mensal de R$ 1.946,92 passou a receber R$ 3.979,53.
Para o Ministério Público, a nomeação do servidor não foi para atender a interesse da sociedade, mas aos interesses pessoais de Gilberto, que teve aumento de remuneração, e do prefeito e do secretário, que deixaram de ter um opositor para ter um aliado.
Caso a Justiça aceite o pedido proposto pela promotora de Justiça Luísa Carla Vilaça Gonçalves Guimarães, os três viram réus no processo.
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