Padre é preso por produzir e armazenar pornografia de adolescentes em Minas

PCMG cumpriu cinco mandados de busca e apreensão contra o padre em Minas, São Paulo e Goiás
(foto: Divulgação/ PCMG)

Um caso de pedofilia envolvendo um padre católico vem chamando a atenção da imprensa e da sociedade brasileira. Na última quarta-feira (3), Elvécio de Jesus Carrara, de 54 anos, foi preso em flagrante pela Polícia Civil de Minas Gerais em São Paulo. Ele é suspeito de produzir e armazenar fotos e vídeos pornográficos de adolescentes.

Carrara era frei em São João del-Rei, região do Campo das Vertentes, em Minas Gerais, em Goiás e São Paulo até o início de março. Após a própria congregação descobrir o envolvimento com pedofilia, ele foi suspenso das atividades e denunciado à polícia por um membro da igreja.

Segundo o delegado Evandro Radaelli, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, o homem mantinha um projeto social em Minas e São Paulo. Ele iniciou as atividades em São João del-Rei, onde nasceu, e expandiu o atendimento dado às crianças e adolescentes para a capital paulista. Atualmente, cerca de 300 menores são atendidos pela ONG que tem projetos nas áreas educacional, cultural, esportiva e assistencial.

No momento da prisão, Carrara tinha fotos e vídeos pornográficos de adolescentes no celular. Em algumas, ele aparece vestido e, em outras, somente os menores são mostrados, mas sem roupas. Até o momento, a PCMG identificou uma vítima, um jovem de 17 anos, morador de São João del-Rei.

“Ele produziu os vídeos, armazenou e ficou com eles no telefone. Só ter um vídeo de conteúdo sexual envolvendo crianças e adolescentes no próprio celular já está reiteradamente em estado de flagrante. Não necessariamente a gravação foi feita naquele momento”, explica o delegado.

A investigação apontou que, para ganhar a confiança do adolescente, o padre dava presentes, pagava a escola, oferecia dinheiro e pedia para receber visitas em São Paulo. Não necessariamente condicionando tais favores a relações sexuais ou gravação dos atos.

No cumprimento dos cinco mandados de busca e apreensão, a PC recolheu celulares e acessou os aparelhos para perícia. O padre está preso na capital paulista e pode pegar até 12 anos de prisão. Além desses crimes, ele poderá responder por exploração sexual e estupro de vulnerável, a depender da conclusão das investigações.

Por se tratar de uma investigação recente, com apenas um mês em curso, a polícia incentiva que outras possíveis vítimas denunciem os abusos no número 181.

Em nota, a Ordem dos Pregadores Dominicanos informou que ‘se solidariza profundamente com as possíveis vítimas de fr. Elvécio de Jesus Carrara’ e que as obras sociais que ele preside são de iniciativa pessoal. “Ele nunca teve permissão de nenhum de seus legítimos superiores para tais obras”, afirmam.

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