Acusado de matar sargento Dias, em BH, é transferido para Penitenciária de Segurança Máxima

Homem atirou à queima-roupa contra policial

O investigado pelo assassinato do sargento da Polícia Militar Roger Dias da Cunha, de 29 anos, durante uma perseguição em Belo Horizonte, em janeiro, está sendo transferido para uma Penitenciária de Segurança Máxima, em Francisco Sá, no Norte de Minas Gerais, na manhã desta quarta-feira (29 de maio). A mudança foi inscrita no atestado carcerário do detento, ao qual O TEMPO teve acesso. 

O homem de 25 anos, que foi gravado por câmeras de segurança atirando no sargento, já passou por ao menos três presídios desde o crime, em janeiro deste ano, e tomou três faltas disciplinares graves. As últimas duas ocorreram no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana, e teriam motivado a inclusão do detento no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). 

Ele foi repreendido por usar celular e provocar incêndio dentro da cela em um intervalo de duas semanas. Em um vídeo que o próprio acusado postou nas redes sociais, no dia 13 de maio, ele aparece sem camisa e ouvindo pagode. Depois, pede para um possível colega de cela acender um cigarro e diz: “Saudade dela, sô”. O detento ainda sensualiza, mandando beijo e passando a língua entre os lábios.

No momento da divulgação, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) prometeu fazer uma “revista minuciosa” no presídio. Poucos dias antes, o acusado da morte do sargento já havia sido repreendido por atear fogo dentro da cela. Em nota encaminhada à imprensa, os advogados de defesa do detento disseram ter sido “surpreendidos” com a notícia da transferência. 

“Ele foi transferido para uma unidade prisional a quase 500 Km de distância do fórum, justamente durante a análise de sanidade mental, e com acompanhamento por um médico psiquiatra forense respeitadíssimo no Brasil. [A transferência ocorre] na parte mais importante dessa fase do julgamento, o que gera uma preocupação séria”, diz a nota. A defesa acrescenta, no entanto, que respeita a decisão e espera um julgamento justo. 

Denúncias de tortura

Desde que foi preso, o homem de 25 anos diz ser vítima de tortura no interior do complexo prisional. A denúncia provocou uma transferência de cadeia no início de março. Para chamar atenção a respeito dos maus-tratos no presídio, no dia 1º de maio, o suspeito usou uma lâmina de barbear para se cortar. Ele foi socorrido para o Hospital Risoleta Neves, em BH, foi medicado e liberado para retornar ao presídio. 

Relembre o caso

O sargento da Polícia Militar Roger Dias da Cunha, de 29 anos, foi baleado durante uma perseguição a dois suspeitos, na noite de uma sexta-feira (5 de janeiro), no bairro Novo Aarão Reis, na região Norte de Belo Horizonte. Ele foi atingido por três disparos. Vídeo de câmeras de segurança flagraram o momento em que o agente é atingido na cabeça. 

Segundo informações da PM, guarnições do 13º Batalhão perseguiam um carro na Avenida Risoleta Neves, quando o motorista teria perdido o controle da direção e batido contra um poste. Após o acidente, os suspeitos desceram do carro e continuaram a fuga a pé.

Um deles foi alcançado pelo sargento. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o militar se aproxima do suspeito e dá ordem de parada, mas é surpreendido pelo criminoso, que saca uma arma e atira à queima-roupa contra o policial. Ele estava foragido da prisão, após saidinha de Natal, o que motivou uma discussão sobre o benefício a nível nacional.

O vídeo mostra que o agente cai na sequência. Em seguida, militares chegam ao local e socorrem o colega, que chegou a ser socorrida até o Hospital João XXIII, na região Centro-Sul da capital. Mas, dias depois, teve a morte cerebral confirmada. O militar doou os órgãos. 

Fonte: O Tempo

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