Homem que estuprou cinco mulheres durante saídas temporárias trabalhava como motorista de app em BH

Suspeito foi localizado com uso de tecnologia capaz de comparar 84 amostras de DNA ao mesmo tempo

Em liberdade há cerca de um ano e trabalhando como motorista de aplicativo e entregador, um homem de 43 anos foi preso, nesta segunda-feira (24 de junho), após exames de DNA o envolverem em pelo menos cinco estupros registrados nos últimos 11 anos em Belo Horizonte e região metropolitana. Pelo menos quatro dos crimes aconteceram enquanto ele estava preso por roubo e estupro, durante as chamadas “saídas temporárias”. O estuprador em série, como classificou a Polícia Civil, foi detido em sua casa, na região do Barreiro, em Belo Horizonte. 

O suspeito foi preso em 2013 por roubo e estupro, sendo condenado no ano seguinte. Ele deu entrada em 2015 no sistema prisional e, até 2018, obteve o benefício de saída temporária 11 vezes, cometendo estupros em pelo menos quatro das vezes que saiu do presídio, três delas em 2018 e uma em 2015. 

A delegada Larissa Mascotte, responsável pela investigação dos crimes, explicou que os cinco casos eram investigados, porém, sem testemunhas, havia poucos indícios que levassem à identificação do criminoso. Entretanto, o suspeito acabou sendo descoberto após a comparação do material genético colhido das vítimas com o banco estadual de DNA’s, que inclui pessoas cumprindo penas por crimes graves. 

“As vítimas eram novas, na faixa de 18 a 30 anos, e eram desconhecidas do suspeito. Eram mulheres que estavam andando sozinhas e ele seguia na rua, ou que aguardavam no ponto de ônibus para ir trabalhar. Com uma faca ou uma arma, ele conduzia essas vítimas para um matagal ou terreno baldio próximo e, sob ameaças, obrigava que elas se despissem em consumava os estupros”, detalhou a policial. 

Os crimes aconteceram nos bairros Caiçara e Califórnia, na região Noroeste de Belo Horizonte, e, também, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana da capital. Após a prisão, o suspeito negou os crimes em depoimento, alegando que estava preso na ocasião. Porém, após ser informado de que pelos policiais que já havia sido verificado que ele estava em saída temporária nestes dias, o homem optou por ficar em silêncio. 

Novas vítimas podem surgir 

Ainda conforme a Polícia Civil, o homem preso nesta segunda estava em liberdade condicional há cerca de um ano. Neste período ele estava trabalhando como motorista e entregador em aplicativos. “A gente ainda está apurando outros possíveis crimes dele, mas as investigações estão em andamento”, completou a delegada Larissa Mascotte. 

A profissional aproveitou para orientar as vítimas de crimes sexuais a procurarem, imediatamente, as polícias Civil ou Militar, que são capacitadas para atendê-las e seguirem o protocolo humanizado. 

“Existem cinco hospitais de referência em Belo Horizonte, e mais de 100 em Minas Gerais, que vão fazer um atendimento de acordo com o protocolo que existe para evitar a revitimização. Nestes hospitais, será feita a coleta de vestígios do material, que é coletado no corpo da vítima e esse material é inserido em um banco de dados da Polícia Civil para possível confrontação genética e identificação da autoria através da análise de DNA”, orienta. 

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