Tiradentes esteve em Sete Lagoas entre os anos de 1780 e 1781

Imagem: Retirada da internet

Era uma manhã de sábado, do dia 21 de abril de 1792. Em um Brasil ainda colônia de Portugal, o Alferes Joaquim José da Silva Xavier percorreu seus últimos passos pelas ruas do Rio de Janeiro. O militar percorreu em procissão no centro da cidade um trajeto entre a cadeia pública e o patíbulo, onde seria enforcado por traição à Rainha D. Maria I. Assim, terminava a biografia do mineiro mais conhecido por Tiradentes, nascido em 12 de novembro de 1746, na Fazenda do Pombal, próxima a São João del Rei, capitania de Minas Gerais e uma das figuras principais da Inconfidência Mineira.

Apesar de ser uma história amplamente estudada em todo o Brasil, poucos conhecem a passagem deste ilustre personagem por Sete Lagoas. Este é o tema do livro Tiradentes em Sete Lagoas: um mergulho na história que inscreve a cidade no cenário da Inconfidência Mineira, lançado em 2010 pelo jornalista e pesquisador Márcio Vicente da Silveira. Através de vasta documentação, como cartas, mapas e diversos outros documentos, o escritor mostra a presença do inconfidente na região entre os anos de 1780 e 1781.

Segundo os documentos, ao longo de um ano, Tiradentes permaneceu no local como Comandante do Quartel do Sertão com o “objetivo de defesa e segurança, garantindo a incolumidade das fronteiras da Capitania e o tráfego desembaraçado das tropas, na movimentação de mercadorias pelas estradas do Sertão, além de coibir o contrabando em geral”. Outra incumbência dada ao Alferes foi abrir uma picada, ou caminho, que ligava Sete Lagoas até a Vila de Paracatu Príncipe, hoje a cidade de Paracatu.

O livro ainda traz diversos detalhes sobre a passagem do inconfidente por Sete Lagoas. Segundo as pesquisas do jornalista Márcio Vicente, a sede do Quartel do Sertão ficava onde hoje é a Praça Tiradentes, em um casario entre o casarão que hoje é o Centro Cultural Nhô Quim Drummond e a área ocupada pela Catedral de Santo Antônio. Além disso, a publicação inclui ampla documentação que ilustra boa parte dessa história pouco conhecida de Sete Lagoas.


Desta forma, Márcio Vicente inclui a cidade na rota da Inconfidência Mineira. Tiradentes foi reconhecido como mártir e herói apenas após o Brasil se tornar República. A primeira grande festa em homenagem ao inconfidente foi em 1890. Atualmente, Tiradentes é considerado o Patrono Cívico do Brasil e herói nacional.

COMPARTILHAR

SEM COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA